sábado, 25 de setembro de 2010

Pesquisas: Por mais que 'marretem', Dilma continua sólida com folga






“A margem de erro da pesquisa é a margem de lucro [dos institutos]"

Ulysses Guimarães
 
Um resumo das últimas pesquisas publicadas ontem e hoje, mostra que as variações de cada candidato estão dentro da margem de erro (e estes números estão se mantendo nas últimas semanas, com pequenas variações).



O Datafolha é quem mais "caprichou" nas margens de erro, todas para o "lado certo", que interessa à Serra.



Cientificamente, pesquisa já é uma probabilidade e não uma apuração exata, por isso, pode-se orientar por elas, mas não se pode confiar cegamente, nem mesmo quando é honesta e bem feita.



E mesmo com todas as suspeitas de que há pesquisas que parecem feitas do jeito que andam fazendo "reporcagens" de jornais, todas elas mostram a tendência convergindo para Dilma em torno dos 50%, Serra entre 25 e 30%, e Marina entre 10 e 15%. No pior dos cenários ainda dá vitória de Dilma no primeiro turno.



Os resultados mostram que há oscilações, mas não há movimento brusco do eleitorado que fujam destes números.



Então, com pesquisas, não há muito com que nos preocuparmos. E se preparem para a dança de números, com pesquisas contraditórias e especulativas, nos estados e mesmo na presidencial, nessa reta de chegada. A pesquisa confiável mesmo deverá ser só a da boca de urna.



Mas pesquisa não é eleição, e é preciso não subir no salto alto, nem baixar a guarda. É hora de aumentar a mobilização, conversar e argumentar, com a humildade de que ninguém ganhou nada ainda.



Além disso, independente das pesquisas, a parte mais nobre de uma campanha eleitoral é a dicussão do Brasil e do seu futuro, e isso independe de estar na frente ou atrás nas pesquisas.



No programa de Dilma temos visto uma politização da população com uma forte discussão sobre inclusão social, desenvolvimento nacional, papel do estado, política industrial, pré-sal, empregos, programas educacionais, programas de saúde estruturantes, políticas de segurança pública que cortam o mal pela raiz com as UPP's e que podam o crime organizado que já existe com a Polícia Federal, além dos programas sociais.



Serra e Marina (com a imprensa demo-tucana) prestam um desserviço à cidadania, quando despolitizam o debate, arrastando para uma baixaria artificial, para temas oportunistas eleitoreiros que fogem à uma campanha presidencial.



O governo Lula fez o que pôde para combater a corrupção, dando recursos e autonomia para a Polícia Federal. E melhorou muito. Hoje quem se mete em falcatruas fica encrencado, seja da situação ou da oposição. Não há engavetador geral da república, a sujeira vai para o lixo, não vai mais para debaixo do tapete.



Tanto é verdade que muitas das crises exploradas pela imprensa originaram de operações da Polícia Federal (ou de vazamentos de seus relatórios por advogados), da ação da CGU, ou de informações do Portal da Transparência.



O problema da corrupção no Brasil deixou de ser o poder executivo federal, como era no governo FHC. Hoje, a CGU faz sua parte, a Polícia Federal também, o Procurador Geral é independente e não engavetador, o Portal da Transparência permite o controle social por qualquer cidadão.



O problema da corrupção hoje no Brasil é o judiciário. É onde os corruptos se safam. Basta ter dinheiro e bons advogados que protelam a vida inteira um processo, com recursos e mais recursos, até que ele caduque. Gera impunidade e sensação de que o crime compensa. Diante disso, essa discussão sobre escândalos que envolvem desvios de conduta de maus servidores, está fora de foco da campanha presidencial, quando o que é preciso é uma boa reforma do judiciário. E o difícil é o corporativismo e o lobby da OAB. Marcio Thomaz Bastos, no primeiro governo Lula, iniciou esta reforma. O então presidente do STF, Maurício Corrêa, viveu às turras com o governo Lula por causa disso, acusando de ingerência de um poder em outro. O governo Lula acabou vencendo resistências, avançou alguma coisa (dali saiu o CNJ, por exemplo, e algumas mudanças nos processos), mas há muito que precisa ser feito.



O bom debate que precisamos levar para as ruas e para as conversas é também coisas como o pré-sal. Porque Serra foge do assunto? Quais são seus reais planos? E a Marina? Acha que o pré-sal é um santuário que não pode ser tocado?



Porque a Caixa Econômica Federal financia o "Minha Casa, Minha Vida", e o Serra quando governador não usou seu banco estadual, a "Nossa Caixa", para financiar a casa própria no estado? Em vez disso "privatizou", felizmente salvo pelo Banco do Brasil.



O Serra, se ganhasse, iria renovar a concessão das hidrelétricas da CESP para privatizá-la, como tentou fazer?



E essas promessas sem limites do Serra? É só mentira para tentar ganhar eleição ou vai quebrar de novo o Brasil, para passar os últimos 3 anos de mandato com o pires na mão, pendurado no FMI de novo, com salários e aposentadorias congelados nos outros anos?



Rebater factóides acaba sendo necessário, mas despolitiza, porque irão todos para o arquivo morto da imprensa, assim que passar a eleição, da mesma forma que não se fala mais do sigilo da filha de Serra, e tantos outros escândalos forjados que iriam "abalar a república".



Mas a prosperidade e o patrimônio do povo brasileiro é que é o principal debate. Estará em sério risco, se o Brasil voltar a ser conduzido pelas mãos demo-tucanas de Serra, repetindo o pesadelo que foi o governo FHC.

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