O momento da campanha
Eleições 2010 em 01/09/2010 às 19:37
Agnelo, Roriz
Da análise das últimas pesquisas eleitorais para o Governo do Distrito Federal pode-se perceber que, mais importante do que os números em si, uma tendência vem sendo observada: o crescimento das intenções de voto para o petista Agnelo Queiroz. O crescimento era de certa forma esperado- a quase um mês da eleição, Agnelo já se consolidou como o candidato do PT e partidos aliados e tornou-se mais conhecido da população. Natural que começasse a ganhar votos, principalmente dos indecisos.
A subida de Agnelo nas pesquisas é registrada num momento particularmente ruim para seu principal adversário, o ex-governador Joaquim Roriz (PSC). Roriz, que no início da campanha, registrava votos suficientes para vencer no primeiro turno, vive uma via crucis eleitoral - teve a candidatura impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral, e a impugnação confirmada nessa terça-feira (31) pelo Tribunal Superior Eleitoral.
A insegurança em sua candidatura vem afastando financiadores desde o início. E dificulta a intensificação da campanha nas ruas - que ajudaria a amenizar a dúvida dos eleitores. Com menos recursos, menos propaganda é feita, menos apoio é dado. E cabos eleitorais, candidatos proporcionais e lideranças comunitárias, acostumadas com fartura de recursos na campanha rorizista, ameaçam seguir candidatos mais “generosos”.
A esse cenário, juntam-se ainda as tendências na disputa presidencial. Mesmo sem ter concretizado a dobradinha com José Serra nesta eleição, a queda do tucano nas pesquisas piora o clima eleitoral para Roriz. De outro lado, os bons números registrados pela petista Dilma Roussef ajudam a puxar Agnelo para cima.
A Coligação Um Novo Caminho aproveita o bom momento e investe na ampla divulgação das dificuldades eleitorais do adversário. Desestabiliza ainda mais sua campanha e aproveita para reafirmar Agnelo como único candidato possível nesta eleição.
De outro lado, a Coligação Esperança Renovada trabalha para reverter o mau momento. A aposta atual é bater em Agnelo, para convencer o eleitorado de que ele também é ficha suja. A campanha contra o adversário tem sido sistemática e abundante - aparece em comícios, publicações impressas, rádio e TV. O resultado concreto disso ainda não é possível avaliar.
Fato é que depois de tantas denúncias e acusações ao longo dos últimos meses, ninguém mais se impressiona com elas. A não ser que apareça alguma gravação forte como os filmes da Caixa de Pandora. Não por acaso, começou a circular na cidade a informação de que também foi filmada a polêmica visita de Agnelo a Durval Barbosa, quando o petista teve acesso a parte dos vídeos que deram origem ao maior escândalo político da capital. E essa gravação estaria prestes a ser divulgada. Como farpa que não é trocada não tem emoção, também circula entre políticos a informação de que os responsáveis pela propaganda de Agnelo estariam procurando por um bezerro para usar no próximo programa, numa referência ao episódio que provocou a renúncia de Roriz ao Senado - origem de seus problemas atuais com a Justiça Eleitoral.
Se os boatos se confirmarão, saberemos em breve. A verdade é que a campanha, que começou em câmera lenta e sem emoções, volta a esquentar como no passado.
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