A insistência de Joaquim Roriz em “invalidar” as decisões da Justiça e levar a decisão para o STF pode prejudicar o andamento das eleições no DF, segundo especialistas. Entre as possibilidades está a de ocorrerem dois pleitos. O advogado Jackson Domenico, especialista em Direito Eleitoral, explica que se a coligação decidir manter a candidatura de Roriz e ele vencer a eleição, o GDF poderá ter, novamente, mais de um governador, num curto espaço de tempo, assumindo um deputado distrital.
Diante desse quadro, Roriz ainda poderia se valer de liminar para suspender a nova eleição ou mesmo a posse do segundo colocado, como prevê a legislação eleitoral. Assim, até que fosse julgado o mérito pelo STF, restaria ao próximo presidente da Câmara Legislativa assumir o GDF.
"Se a Coligação Esperança Renovada optar por substituir o candidato, isso poderá ser feito até as vésperas das eleições. Neste caso, o TRE não terá tempo hábil para trocar a foto, o número e o nome de Roriz pelo novo candidato", esclarece Jackson Domenico. Apontado como plano B de Roriz, a manobra serviria para confundir o eleitor que acreditaria estar votando em Roriz, mas na verdade ajudaria a eleger outra pessoa, um substituto. O especialista em Direito Eleitoral e membro da OAB-DF, Radam Nakai, acredita que o quadro atípico deverá despertar a atenção do Supremo para colocar o julgamento de Roriz na pauta com a maior brevidade possível.
O posicionamento dos 11 ministros da suprema corte com relação à lei é incerto. Por entendimentos manifestados publicamente, pelo menos quatro deles são tidos como favoráveis à aplicação imediata da lei: Ricardo Lewandowski, presidente do TSE, Carmem Lúcia, Carlos Ayres Britto e Joaquim Barbosa. Outros quatro são tidos como contrários: Marco Aurélio Mello, Gilmar Mendes, Hellen Gracie e Dias Toffoli. As dúvidas ainda pairam sobre a tendência dos ministros Celso de Mello e Cezar Peluso.
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