Julgamento da ação de Roriz no STF não reflete só na sua candidatura ao GDF
Fabio Grecchi
fabiogrecchi@jornaldebrasilia.com.br
O julgamento do recurso impetrado por Joaquim Roriz, a partir das 14h, no Supremo Tribunal Federal, terá o condão de causar hiatos em algumas carreiras políticas e o de decretar a aposentadoria de outras. No primeiro caso, estão o ex-governador Waldez de Góes, o ex-senador Jáder Barbalho e a ex-governadora Maria de Lourdes Abadia. No segundo, a presença do deputado federal Paulo Maluf se destaca, além de Roriz, evidentemente.
As acusações contra quatro desses cinco expoentes da política nacional são, no mínimo, assustadoras – a de Abadia perto deles é uma bobagem. E se eles, que são peixes grandes, estão na mira da Lei da Ficha Limpa, que dirão arraias miúdas que também foram impugnados pelos tribunais eleitorais.
Candidato do presidente Lula ao Senado pelo Amapá, Waldez de Góes deixou ainda há pouco a Penitenciária da Papuda, aqui no DF, onde passou alguns dias preso. É nome forte de um devastador caso de desvio de dinheiro público em seu Estado.
Jáder Barbalho, do vizinho Pará, tem uma lista invejável de acusações e processos. Um deles o remete à extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). É acusado de utilizar influência política para liberar verbas para o empresário Danny Gutzeit, um dos maiores fraudadores da Sudam.
Abadia é outra cuja carreira está em vias de tomar um sério baque: foi condenada, em 2006, pelo Tribunal Regional Eleitoral do DF a pagar multa de R$ 2 mil por compra de votos na disputa do GDF. Não teve o diploma cassado porque não se elegeu, mas, mesmo assim, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu referendar a decisão do TRE-DF e considerá-la ficha-suja.
Maluf é velho conhecido do noticiário policial. Da criação da Paulipetro, passando pelo Caso Lutfalla (dinheiro de empréstimos do então Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico [hoje BNDES] ao Grupo Lutfalla teria ido para contas da mulher de Maluf, Sylvia Lutfalla), agora se vê às voltas com acusações de que desviou para o paraíso fiscal das Ilhas Jersey, no Canal da Mancha, recursos das obras das avenidas Ayrton Senna e Águas Espraiadas. O crime teria acontecido quando Maluf foi prefeito de São Paulo.
Roriz, causador desta possível reação em cadeia, luta para que sua renúncia ao Senado, em 2007 – devido à acusação de supostamente repartir dinheiro público – seja entendido como um ato político unilateral, não uma manobra urdida para não ser cassado. Conseguirá?
A palavra está com os ministros do STF.
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