domingo, 19 de setembro de 2010

Rollemberg: “Nosso time está jogando unido”


do Jornal de Brasília




O deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB) já foi candidato ao Governo do Distrito Federal em 2002, ficando em terceiro lugar na disputa. Já foi secretário de Turismo no governo de Cristovam Buarque (PDT) de quem hoje tem o apoio na disputa pelo Senado. Ele também chefiou a Secretaria Nacional de Inclusão Social, do Ministério da Ciência e Tecnologia. Carioca, formado em História pela Universidade de Brasília (UnB), o parlamentar de fala objetiva ressalta nesta entrevista ao Jornal de Brasília a união da coligação Um novo caminho por PT e PMDB, da qual seu partido foi o primeiro a aderir. No Senado, sua maior promessa é conseguir recursos para o DF e atuar na discussão de temas estratégicos para o Brasil. Polido, ele evita criticar os adversários e lamenta a briga travada na disputa ao GDF, na qual, segundo ele, a população é a maior derrotada.



O senhor está bem avaliado nas pesquisas, aparecendo atrás apenas de Cristovam Buarque, que é da sua coligação. Isso o deixa mais tranquilo?



Isso é um estímulo, não é um motivo para acomodação. A gente sabe que a eleição só se define no dia 3 de outubro. E até lá eu vou trabalhar com toda a garra, todo o afinco e toda a seriedade.



A que deve essa boa colocação política? É fruto da sua campanha, do seu trabalho como deputado federal, ou da coligação?



Eu tenho convicção que é fruto da minha trajetória política. Eu tenho 20 anos de política no Distrito Federal, sempre feita com muita seriedade. Por onde passei, sempre trabalhei com seriedade e em benefício da população do DF. Nesse momento, há um reconhecimento. Nós tivemos capacidade de construir uma grande aliança que nos deu oportunidade de mostrar um pouco esse trabalho, o que fortalece e amplia a ressonância dessa trajetória política.



Aparecer sempre ao lado de Cristovam Buarque foi uma estratégia? Tê-lo ao seu lado ajuda?



Uma das grandes qualidades da nossa campanha, é que nós todos fazemos parte de um time e estamos jogando unidos. Não apenas eu e o Cristovam, mas é um time que tem o Lula, tem a Dilma, tem o Agnelo, tem o Cristovam, tem o Filippelli, que tem um conjunto de deputados federais e um conjunto de deputados distritais. Esse conjunto é que tem feito a campanha crescer. É claro que essa parceria com o Cristovam amplia essa percepção de que nós estamos unidos em torno de um time. Isso, sem dúvida, tem ajudado.



A coligação sofreu algumas críticas por unir partidos historicamente antagônicos. O senhor acha que isso já foi superado?



Acho que um dos grandes méritos do governo Lula foi a capacidade de construir uma ampla aliança, o que lhe deu tranquilidade na Câmara para aprovar os projetos. Eu acho que a capacidade que o Agnelo mostrou de construir essa grande aliança vai no mesmo sentido. É uma aliança que vai permitir ganhar as eleições e que vai permitir governar com tranquilidade, porque eu tenho convicção de que nós vamos conseguir eleger, pelo menos, cinco deputados federais e de 14 a 15 distritais.



Está convicto de que o PT e a coligação sairão vitoriosos?



Tenho convicção que, não apenas o PT, mas todos os partidos que estão nessa coligação sairão maiores do que entraram.



Muitos têm reclamado que essa é uma campanha com poucos recursos. Isso o atingiu?



Essa é a sexta eleição que eu disputo com pouco recurso. A minha campanha sempre é feita com muito corpo a corpo. Eu acordo muito cedo e a minha agenda vai até muito tarde. Tem dias que acordo às 4h30, começo atividade às 5h e vou até meia noite, 1h da manhã. Sempre foi assim, desde que fui candidato a distrital.



Como o senhor avalia a sua atuação na sua última gestão como deputado federal?



Eu considero que fui um bom deputado. Eu atuei no campo local, buscando recursos para o DF e no plano nacional, nos grandes programas estratégicos. E quero ser um senador melhor ainda, porque hoje tenho experiência.



Se a candidata ao Senado, Maria de Lourdes Abadia (PSDB), que está com a candidatura sub judice, não conseguir vencer no Supremo, a disputa fica mais fácil para o senhor?



Não. Eu acho que a eleição será sempre difícil. Os meus adversários são respeitados. Respeito muito a Abadia e o Fraga. Tenho relação pessoal boa com os dois e entendo que a população de Brasília vai saber escolher aqueles que apresentarem melhores propostas para ela.



A campanha tem mantido esse clima ameno?



Do ponto de vista do Senado, sim, a campanha tem sido até esse momento, bastante propositiva. Para o governo a gente percebe que o nível de radicalização e de ataques perfazem. Eu acho que quem utiliza desses instrumentos só perde. A população só quer saber de fato o que cada um pode fazer de benefícios para a cidade.



Qual a avaliação que o senhor faz da Caixa de Pandora?



Acho que a cidade sofreu muito, se decepcionou muito, viveu momentos de profunda tristeza e indignação. Mas esse sentimento foi substituído por esperança de que é possível mudar e fazer com que Brasília volte a ser conhecida e reconhecida nacionalmente por políticas públicas inovadoras e de boa qualidade.



Quais são suas propostas como senador ?



Com a experiência que eu tive no Executivo e no Legislativo, sei como trazer recursos para o DF. Depois, eu quero continuar ajudando o Brasil na discussão de temas estratégicos, como a utilização correta dos recursos do pré-sal, a ampliação da nossa fronteira marítima, a retomada do programa espacial. Quero ajudar a fazer uma reforma tributária. Quero atuar para fazer uma reforma política, que amplie a participação popular, que garanta a eleição direta para administrador regional do DF, que reduza o número de assinaturas necessárias para projetos de iniciativa popular, como a Lei do Ficha Limpa. Quero conseguir recursos, essa é uma obsessão, para a internet banda larga gratuita em todo o DF.



Com relação às próximas eleições, o senhor já tem algum plano político para o futuro?



Eu não tenho nenhum projeto para 2014, para 2018. Meu único projeto nesse momento é ser um grande senador, que orgulhe a população do DF, que está precisando disso.

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