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Petistas e rorizistas se estranham e precisam ser separados durante caminhada
Luísa Medeiros
Publicação: 29/07/2010 07:00 Atualização: 29/07/2010 07:59
Militantes petistas e rorizistas brigaram e tiveram que ser separados durante a caminhada do candidato Agnelo Queiroz (PT), ontem à tarde, na avenida comercial de Riacho Fundo II. A disputa pelo território não chegou a socos e pontapés, mas houve empurrões, tapas e até vuvuzeladas no ouvido do adversário. O clima esquentou pela segunda vez entre os vermelhos e os azuis nessa campanha eleitoral. O embate começou por volta das 17h30 e só terminou uma hora depois. Nos gritos de guerra entoados pelos rorizistas, o vice de Agnelo, Tadeu Filippelli (PMDB), foi chamado de traidor. Antes de selar a aliança com o PT, o peemedebista foi homem de confiança do ex-governador Joaquim Roriz (PSC).
Enquanto o candidato petista andava, acompanhado do senador Cristovam Buarque (PDT) e de correligionários, pelas lojas das quadras ímpares, uma fileira foi formada pelo grupo rorizista no canteiro central da avenida. Os representantes azuis balançavam bandeiras e gritavam frases como “no Riacho Fundo não tem caô (gíria para mentira), o Filippelli é um traidor”. Os vermelhos também carregavam bandeiras, mas não revidaram verbalmente a provocação.
O tumulto aumentou quando carros com propagandas das duas cores partidárias passaram pela rua que separava os manifestantes. Os mais exaltados bateram as bandeiras contra os veículos e houve troca de desaforos. Nesse momento, os grupos se aproximaram e tomaram a rua. Vermelhos e azuis ficaram frente a frente defendendo os candidatos.
A aproximação provocou agressões físicas leves entre os grupos rivais. Revoltada, Monalissa Lamolie, 21 anos, disse que foi empurrada e levou tapas dos que carregavam os bonecos da ala petista. “A gente quer expulsar eles daqui, mas não precisa bater em mulher”, reclamou ela. Crisdalva Fialho, 22, teve que ser tirada da multidão depois de levar uma vuvuzelada rorizista no ouvido. “Tá doendo demais. Sangrou depois que o cara me fez isso”, contou.
Mesmo com a confusão, Agnelo não desistiu e até estendeu o ato por mais meia hora no local. “Isso é provocação. São cabos eleitorais pagos. Infelizmente, os coitados não podem andar com os candidatos deles”, alfinetou. Filippelli, que passou pela cidade antes do início da caminhada, deixou o local porque tinha outro compromisso. Sobre a reação rorizista contrária à aliança dele com o PT, o vice resumiu como “dor de cotovelo”. “O Roriz sempre quis fazer essa aliança. Se ele fizesse ia ser boa, né?”, ironizou, dizendo que os azuis estão sentindo os vermelhos entrarem no território deles. O primeiro embate entre os militantes ocorreu no último dia 15, no Riacho Fundo I.
» Promessas a taxistas
Juliana Boechat
Reunião com taxistas e inauguração de comitês. Assim foi o dia de ontem do candidato a governador Joaquim Roriz (PSC). Pela terceira vez nesta semana e nos seis pontos de apoio político abertos pela Coligação Esperança Renovada desde segunda-feira, o candidato a senador Alberto Fraga (DEM) esteve ausente. Ele foi novamente representado pelo segundo suplente Paco Britto (PTdoB). Segundo a assessoria de imprensa de Fraga, ele tem dedicado os últimos dias para reuniões de coordenação da campanha e viagens. Hoje, a corrida pelos votos terá uma pausa. Roriz ira comemorar, em uma missa na Catedral, 50 anos de casamento com Weslian Roriz.
Pela manhã, ele se reuniu em sua casa com representantes dos taxistas. O grupo com cerca de 150 pessoas chegou em carreata à Quadra 8 do Park Way, ondefoi recebido pelo candidato. A principal reivindicação da categoria é tirar os adesivos dos carros que, segundo eles, expõem os passageiros. Roriz garantiu que, se for eleito, revogará o decreto que trata do assunto antes do meio- dia de 1º de janeiro de 2011. Após ouvir os pedidos da categoria, Roriz prometeu novas linhas de crédito para a renovação da frota de táxi para a Copa de 2014, se eleito governador. Ele garantiu que criará melhores condições de trabalho para os taxistas no Aeroporto Internacional de Brasília e na nova Rodoviária Interestadual.
À noite, a equipe de Roriz chegou perto da divisa do DF com Goiás, próximo a Santo Antônio do Descoberto, para inaugurar mais um comitê de campanha. Cerca de 600 moradores do Setor Habitacional Água Quente recepcionaram a Coligação Esperança Renovada. Segundo o líder comunitário da região, Luiz Cláudio, mais conhecido por Neguinho Roriz, a localidade foi criada e batizada pelo ex-governador. “Roriz deu esse nome porque a água do riacho que passava aqui e que ele nadava quando era pequeno era quente”, explicou. Cerca de 19 mil pessoas moram na região. A maior reivindicação da comunidade é a escritura dos lotes. “Aqui ainda cabe muita gente. Aqui terá lugar para quem já está e para trazer quem for necessário”, discursou Roriz.
Em Samambaia, Roriz foi recepcionado por poucos populares. O primeiro comício da campanha deste ano do candidato foi realizado na cidade, após uma carreata, no último dia 17. O evento não contou com o sucesso esperado. Roriz considera Samambaia uma das principais cidades do DF, por ter distribuído terrenos em governos anteriores e por ser o responsável pela regularização da região administrativa.
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