quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Agnelo promete secretaria para tratar dos problemas de invasões






Luísa Medeiros



Publicação: 27/10/2010 08:00 Atualização: 27/10/2010 08:25



A regularização dos condomínios é uma promessa recorrente dos políticos do Distrito Federal. Na esperança de arrebanhar votos entre os moradores dos parcelamentos ilegais, os candidatos se comprometem a legalizar as moradias, garantir escrituras e construir infraestrutura básica nas regiões. Ontem, mais uma vez, o candidato do PT, Agnelo Queiroz, levantou a bandeira da habitação como prioridade do eventual governo. Durante almoço com representantes das entidades de moradores de condomínios, num restaurante na Asa Norte, o petista prometeu criar uma secretaria extraordinária apenas para tratar da questão. O ex-ministro do Esporte disse que a compra dos terrenos por ser feita por meio de venda direta. Quem mora em parcelamentos de interesse social, no entanto, não pagará nada.



De acordo com Agnelo, uma força tarefa será montada com o objetivo de ampliar o alcance da regularização e atingir as cidades que ainda estão em situação ilegal no DF. A estrutura não será a de uma secretaria comum, e sim, “mais enxuta”, com poucos servidores. Ele citou o exemplo de Santa Maria, que tem áreas utilizadas para fins comerciais, mas que não estão previstas no Plano Diretor. “Grande parte das cidades está na ilegalidade. Queremos acelerar isso. Vamos aproveitar o acúmulo de trabalho que já foi desenvolvido mas que encontrou alguns obstáculos”, afirmou o candidato.



O petista disse que o modelo de regularização de Vicente Pires, tocado pelo governo federal, poderá ser adotado em outros parcelamentos com as mesmas características. “Há possibilidade real da venda direta dos imóveis, já com o respaldo da lei. No caso de Vicente Pires, tenho certeza de que conseguiremos fazer com que o governo federal repasse as terras ao GDF. O preço será de terra nua”, frisou.



A legalização permitirá a oferta de infraestrutura, como saneamento básico e asfalto, nessas áreas. Moradores de condomínios de interesse social, como Pôr do Sol e Sol Nascente, ambos em Ceilândia, serão regularizados sem que a população precise desembolsar qualquer valor, segundo o político. O aproveitamento dos cerca de 70 decretos de regularização de condomínios que aguardam até hoje a sanção do governador também entrarão no rol das atribuições da eventual secretaria extraordinária.



Rorizistas

A expectativa perante as promessas da concorrente ao Palácio do Buriti, no entanto, vai além do modelo que poderá ser adotado para regularizar as áreas. A lista com os nomes cotados para conduzir o trabalho é extensa, mas Agnelo não sinalizou ainda quem serão os escolhidos. Muitos candidatos derrotados no primeiro turno cuja principal proposta era a legalizaçãso dos parcelamentos declararam apoio ao petista.



A presidente da União dos Condomínios Horizontais do DF (Unica), Junia Bittencourt, que tentou uma vaga pelo DEM à Câmara Legislativa, garantiu ontem que deixará a legenda para poder ajudar o eventual governo petista. A ex-candidata fez campanha para o maior adversário do PT, Joaquim Roriz (PSC), e até apareceu nos programas eleitorais pedindo voto ao ex-governador. “Meu caminho no DEM é curto. É incompatível trabalhar para o candidato adversário”, afirmou Junia, que mudou de lado há poucos dias.



O presidente da Federação dos Condomínios Horizontais do DF (Facho), Adilson Barreto (PV), que também disputou uma vaga sem sucesso na Câmara, tem como apoiador o presidente regional do PV, Eduardo Brandão. “Ele é o homem certo para cuidar dos condomínios”, defendeu Brandão.



Depois do almoço, Agnelo visitou as instalações da Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Câncer e Hemopatias (Abrace) e se comprometeu a assinar o contrato de gestão para abrir as portas do complexo hospitalar da entidade. A primeira fase da obra está pronta há dois anos e aguarda a parceria com o governo local para atender às crianças. A segunda fase custará R$ 30 milhões. Agnelo disse ontem que buscará recursos com o governo federal, mas que o orçamento do GDF também ajudará. “O DF pode arcar com isso de olhos fechados”, afirmou.

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