sábado, 30 de outubro de 2010

Segundo Instituto CB Data, Agnelo mantém ampla vantagem sobre Weslian




Se a eleição fosse hoje, candidato petista teria 59% dos votos válidos, contra 41% de sua adversária, e estaria eleito para o cargo de governador do DF. Pesquisa foi feita com 1,1 mil eleitores entre quarta-feira e ontem





Ricardo Taffner



Publicação: 30/10/2010 08:09



Na véspera da eleição que decidirá o nome do próximo governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT) segue à frente com uma grande margem de folga em relação à adversária. De acordo com pesquisa do Instituto CB Data encomendada pelo Correio Braziliense, se a eleição fosse hoje, o petista teria 59% dos votos válidos e Weslian Roriz (PSC), 41%. Considerando a intenção de voto, Agnelo surge com 50% das intenções, enquanto sua rival aparece com 34% da preferência do eleitorado. Entre os pesquisados, 8% afirmaram que pretendem anular o voto e outros 7% ainda não se decidiram ou prometem votar em branco.



A pesquisa foi realizada entre quarta-feira e ontem, com 1.100 eleitores, e está registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do DF sob o número 40947/2010 e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com a inscrição 37789/2010. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. De acordo com o coordenador da pesquisa, o cientista político Adriano Cerqueira, os números finais são arredondados para facilitar a compreensão e a assimilação dos dados.



No levantamento realizado pelo CB Data entre 11 e 13 de outubro, Agnelo aparecia com 52% das intenções e, agora, caiu dois pontos. Por sua vez, Weslian manteve o mesmo patamar da pesquisa anterior, de 34%. Com a oscilação, a diferença dos votos válidos entre os dois concorrentes diminuiu de 22 para 18 pontos percentuais. O cientista político explica que a variação é muito pequena para atestar que o petista tenha, realmente, perdido votos. Para ele, o resultado está dentro da margem de erro da última pesquisa. “Os novos dados demonstram uma estabilização dos dois candidatos”, afirma Cerqueira.



Os números de votos nulos e de brancos ou indecisos também sofreram pouca alteração. A sondagem realizada 10 dias após o fim do primeiro turno mostrava que 6% dos eleitores pretendiam votar nulo, enquanto outros 8% ainda não sabiam em quem apostar. Segundo Adriano Cerqueira, esse cenário demonstra que as movimentações políticas deste mês e os investimentos das coligações nas candidaturas praticamente não influenciaram na decisão do brasiliense. Nem mesmo as trocas de acusações entre os candidatos e a divulgação de inúmeras promessas pelos dois lados foram capazes de interferir nos números das intenções de voto. “O efeito é de equilíbrio e a única coisa que pode alterar o resultado é o feriado prolongado”, avalia o coordenador.



Feriado

A consequência nas eleições de tantos dias de folga para uma parcela da sociedade — segunda-feira é feriado para os servidores públicos e terça-feira é Dia de Finados — faz parte da preocupação do grupo de Agnelo. Nas ruas e no programa eleitoral, a coligação tem pedido ao eleitor para que deixe para viajar depois de votar. “Quem está na liderança, estatisticamente, tem mais chances de perder eleitores em situações como essa do que os candidatos com menos votos”, explica Cerqueira.



Apesar de a pesquisa mostrar que, se a eleição fosse ontem, Agnelo estaria eleito, o coordenador avisa que não é possível “cravar” o resultado de amanhã. “Nunca dá para dizer que uma pessoa está eleita antecipadamente, mas a probabilidade de Agnelo ser o próximo governador é muito maior do que as chances de Weslian. A pesquisa mede apenas as intenções, mas os votos serão confirmados nas urnas”, diz. Neste domingo, a votação será das 8h às 17h. O resultado deverá ser conhecido logo no início da noite.



Liderança em 16 cidades

No detalhamento da disputa local por região administrativa, Agnelo aparece na frente em 16 das 19 cidades pesquisadas pelo Instituto CB Data, enquanto Weslian lidera apenas em três. A diferença da primeira pesquisa deste segundo turno para a última é de apenas uma cidade — Samambaia. Entretanto, os resultados em Sobradinho e em São Sebastião podem ser considerados como empates técnicos entre os concorrentes. Na primeira localidade, a candidata do PSC aparecia apenas um ponto percentual à frente do petista, enquanto na outra cidade a situação se inverte a favor de Agnelo.



A diferença aberta pelo ex-ministro do Esporte em relação à adversária supera os 40 pontos percentuais em duas cidades. No Cruzeiro, o petista tem 60% das intenções de votos e Weslian, 11%. A vantagem pode ser explicada porque a população do local vota historicamente nos candidatos de esquerda, mas uma margem parecida a favor de Agnelo é observada em Santa Maria, cidade criada por Joaquim Roriz (PSC). O petista é apontado como preferido de 67% dos moradores da localidade, enquanto a ex-primeira-dama figura 52 pontos atrás, com 15%.



Diferença

Weslian ultrapassa o concorrente no Paranoá, com 53% das intenções de voto, contra 34% do ex-ministro. A maior diferença a favor dela está em outra cidade criada pelo marido. Em Samambaia, Agnelo aparece 37 pontos atrás da rival. O número de votos nulos e de indecisos ainda é grande na região: 15% e 12%, respectivamente. Na primeira pesquisa, o petista aparecia um ponto à frente da adversária na cidade.



O coordenador da pesquisa CB Data, Adriano Cerqueira, explica que as variações nos cruzamentos por regiões administrativas são normais devido ao número de pessoas entrevistadas ser menor do que no quadro geral, o que aumenta consideravelmente a margem de erro. São 1,1 mil eleitores em 19 cidades selecionadas, distribuídos de acordo com o tamanho da localidade e o perfil do eleitorado. “Em uma região, podemos entrevistar apenas 30 eleitores e, em outra, 70 ou 80”, explica o cientista político. (RT)



Levantamentos

O Instituto CB Data foi criado em 2006 e atende exclusivamente a demanda do Correio Braziliense por pesquisas eleitorais. O Instituto CB Data, a exemplo do EM Data, que trabalha para o jornal Estado de Minas desde 2002, não atende partidos políticos nem candidatos. Nas eleições de 2006, o CB Data realizou seis pesquisas de opinião durante a campanha no DF. Neste ano, o Instituto realizou cinco levantamentos.



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