domingo, 24 de outubro de 2010

Filippelli mostra força no comando do PMDB




Na política, os homens públicos costumam tratar seus desafetos por adversários. Joaquim Roriz (PSC) dispensa o eufemismo quando o assunto é Tadeu Filippelli (PMDB). Para o ex-governador, Filippelli é hoje um inimigo. Essa relação ajuda a explicar a trajetória do homem que passou de braço direito de Roriz, com uma escala no governo Arruda, a vice de Agnelo Queiroz (PT).



Engenheiro elétrico por formação, aos 61 anos, Tadeu Filippelli coleciona três mandatos como deputado federal e um como distrital em 22 anos de vida pública, dos quais duas décadas na condição de aliado de Joaquim Roriz, o responsável por introduzi-lo na política. A principal cartada de Filippelli, no entanto, é recente, foi arriscada, e encerrou a fase mais duradoura de sua carreira, a parceria com o ex-governador.



Se Agnelo Queiroz vencer as eleições no próximo domingo, Filippelli— paulistano de Catanduva— será o segundo homem da hierarquia no Distrito Federal, tendo deixado para trás boa parte do grupo com o qual trabalhou desde 1988, quando exerceu o primeiro cargo público na administração candanga a convite de Roriz, com quem manteve relações familiares, já que foi casado com uma sobrinha deWeslian Roriz. Por um ano, Filippelli dirigiu a Secretaria de Habitação e Interesse Social (Shis) e depois assumiu a presidência do órgão, que controlava a doação de lotes no DF, durante cinco anos.



A passagem pela Shis e a distribuição de mais de 90 mil terrenos projetou Filippelli às urnas.



Em 1994, ele foi eleito pela primeira vez deputado. Com quase 10 mil votos, tornou-se um dos 24 distritais na Câmara Legislativa. Quatro anos depois, deu um passo mais ousado e conquistou mandato de deputado federal. A carreira legislativa, no entanto, ficou sobrestada por período de quase oito anos, tempo em que Filippelli ficou à frente da área de obras e infraestrutura da administração Roriz.



Rompimento Em 2006, Filippelli voltou a concorrer e, a exemplo de investidas anteriores, elegeu-se deputado federal. A diferença é que a campanha disputada há quatro anos marcou o início do rompimento com o ex-governador.



Já naquela época, Filippelli tinha intenção de ser o vice numa chapa ao governo, então liderada por Maria de Lourdes Abadia (PSDB). Roriz havia prometido o posto ao aliado. Mas na última hora desistiu e indicou o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Maurício Corrêa para a vaga.



O embate frontal entre os dois peemedebistas, no entanto, se deu mais adiante, quando Filippelli, que a princípio não apoiava Arruda, tomou a decisão oficial de levar o PMDB para o lado do então chefe do Executivo.



Àquela altura, meados da administração Arruda, Roriz já manifestava o desejo de se candidatar ao Palácio do Buriti e não aceitava a composição formal com o governo. Houve um racha no partido e Filippelli deu demonstração de força ao conseguir evitar uma intervenção na legenda. Teve o apoio à época de figurões da legenda como o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (SP), e o líder do partido Henrique Eduardo Alves (RN). Filippelli ocupava o cargo de vicelíder do PMDB na Câmara e presidia a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania( CCJC).



Roriz perdeu a queda de braço com o antigo pupilo, saiu da legenda e filiou-se ao PSC. Mas não engoliu a derrota. Filippelli, que preside a legenda no Distrito Federal, não se abateu. Seguiu adiante com o seu projeto de poder. Mesmo com o PMDB dividido e com o PT desconfiado, Filippelli entrou na chapa de Agnelo. As pesquisas de opinião demonstram que ele fez a opção mais vantajosa. Desembarcou a tempo de um grupo que naufraga. Informações do Correio Braziliense.

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