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Deu em O Globo


Estevão, novo embaraço para Weslian Roriz



Ex-senador cassado atua como consultor informal da candidata



Roberto Maltchik



A relação de mais de 15 anos entre o casal Roriz e o ex-senador Luis Estevão, cassado em 1999 por envolvimento no desvio de R$ 169 milhões das obras do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP), criou novo constrangimento para a candidatura de Weslian Roriz (PSC) ao governo do Distrito Federal.



Estevão atua como consultor informal da campanha, tendo participado de momentos decisivos, como a desistência de Joaquim Roriz, a uma semana do primeiro turno.



Polêmico empresário da construção civil e dono do Brasiliense, time de futebol do DF, Estevão mantém estreitos laços de amizade com Roriz desde a campanha de 1994, quando o marido de Weslian perdeu a disputa para governador.



Na ocasião, Estevão foi eleito deputado distrital e liderou a oposição ao governo de Cristovam Buarque. Em 98, foi eleito senador, sendo cassado um ano depois.



De acordo com auxiliares de Roriz e amigos de Estevão, os dois conversam com frequência, mas se encontram pouco, apenas quando é "imprescindível".



Três semanas antes do primeiro turno, eles se encontraram para discutir a campanha. Menos de duas semanas antes da votação, voltaram a se reunir para discutir a possível saída de Roriz, ameaçado pela Lei da Ficha Limpa. Na noite de 3 de outubro, após a totalização dos votos, o empresário esteve entre os convidados de honra na festa de Weslian para comemorar a vaga no segundo turno, contra o petista Agnelo Queiroz.



A assessoria de Weslian nega que Estevão doe dinheiro para a campanha. O ex-senador, condenado a 31 anos de prisão por formação de quadrilha, corrupção e estelionato, teve os bens bloqueados pela Justiça.



A assessoria admite que Roriz e Estevão são amigos, e estreitaram a aliança após romperem com o então governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda.



Procurado, Estevão não atendeu as ligações da reportagem.