Segundo turno é guerra só contra as malvadezas do Zé Baixaria - parte 1
Eleição no segundo turno exige a construção de pontes e de diálogo entre diferentes. Exige buscar, senão consensos, pelo menos concessões, dentro do razoável, de parte a parte.
Então é hora de guerrear só contra o Zé Baixaria, suas malvadezas, e sua campanha do ódio.
Aos outros, precisamos dialogar com argumentos, saber ouvir também, fazer um chamado à razão, mostrar as qualidades, ser humilde para ouvir o que os outros acham que são deficiências, exercitar a auto-crítica, e procurar aparar arestas.
Não há sentido, num segundo turno, por exemplo, hostilizar Marina Silva sem motivo.
Digamos que o segundo turno fosse entre Marina e Serra. Eu não pensaria nem um segundo e votaria em Marina de olhos fechados.
Acredito que, da mesma forma muitos eleitores dela votarão em Dilma, independente do que decidir o PV, e mesmo independente do que ela própria decidir.
Ela foi uma boa Ministra do Meio Ambiente do governo Lula, foi um quadro histórico do PT. Teve diferenças no primeiro turno com Dilma, mas foi uma disputa civilizada, com poucos atritos, dentro do debate político aceitável.
Marina procurou espaço que julgou encontrar melhor no PV, e tornou-se uma liderança política nacional. A gente reclama que dividiu um pouco os votos, mas convenhamos que é direito dela escolher seu caminho, com seus ônus e bônus, acertos e erros.
E convenhamos também que não haveria grandes dificuldades em compor um governo com ela, aparando arestas. Ela já foi ministra quando estava no PT, e o PV já fez parte do governo Lula, com Gilbeto Gil e Juca Ferreira no Ministério da Cultura.
Tirando alguns projetos, não existe tanta diferença assim na questão ambiental. Tanto que Carlos Minc foi sucessor dela, e eram bastante próximos. O governo Lula teve muito mais determinação para alocar verbas e dar recursos para proteção ambiental do que os governos passados. Na questão social, econômica, geração de empregos, educação, saúde, Marina não apresenta discordâncias sensíveis.
Não sabemos qual será a decisão do PV. Por cálculo político, eu penso que a decisão política mais provável seria liberar o voto para cada um apoiar quem quisesse. Cada parte do PV poderia fazer sua composição nos estados e o discurso de Marina foi de tentar ser uma terceira via para eleitores dos dois lados. Caso apóie um lado perderá o outro, descaracterizando um pouco o que conquistou no primeiro turno. Isso é um cálculo simplista e direto. É claro que as negociações partidárias pode mudar tudo.
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