sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Ex-diretor da CEB volta a comandar a companhia na gestão de Agnelo

A Companhia Energética de Brasília é a primeira estatal a ter o comando definido. Na noite de ontem, foram divulgadas as indicações para outros cargos


Estação da CEB: a empresa ficou anos sem investimento, e os apagões nas cidades do DF se multiplicaram (Daniel Ferreira/CB/D.A Press
)O governador eleito Agnelo Queiroz definiu ontem o primeiro nome para dirigir uma das empresas públicas do Distrito Federal. Preocupado com os apagões frequentes na cidade, ele escolheu Rubem Fonseca Filho para a direção-geral da Companhia Energética de Brasília (CEB). O escolhido tem experiência na área: comandou a empresa entre 1995 e 1996, durante o governo de Cristovam Buarque. Além disso, ele foi secretário-executivo do Ministério da Educação, quando Cristovam esteve à frente do MEC. Com a indicação, Agnelo pretende recuperar a CEB, que ficou anos sem investimentos na área de distribuição de energia.




Em quase todas as regiões do DF, o número de apagões e a quantidade de horas que os consumidores sofreram com a falta de luz estão acima das metas estabelecidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). De acordo com especialistas, o governo terá que investir na construção de subestações e nas redes de transmissão de energia. Até 2007, a CEB gastou prioritariamente com geração, deixando de lado a distribuição.



Agnelo quer mudar esse quadro e retomar os investimentos necessários para evitar os apagões frequentes. “O caso da CEB é muito grave. Recebi um parecer sobre a situação da empresa na transição e percebi que corremos o risco de não renovarmos a concessão de uso. Isso ocorreu com Goiás, que perdeu a concessão”, justifica o governador eleito. “Para evitar que isso ocorra, fiz uma escolha pessoal para o comando da empresa. O diretor será uma pessoa com muita experiência, que já foi presidente da CEB na época do Cristovam”, acrescenta Agnelo Queiroz.



Segurança

Além de escolher o diretor-geral da estatal do setor elétrico, o governador eleito fechou a cúpula da Segurança Pública do Distrito Federal. Ontem à noite, ele confirmou o coronel Paulo Roberto Witt Rosback no comando-geral da Polícia Militar. Atualmente na área de inteligência da PM, o coronel já trabalhou em importantes batalhões da corporação, como o Escolar, o de Planaltina e o do Gama.



Paulo Roberto também atuou na equipe de segurança pessoal do ex-governador Cristovam Buarque e na equipe de campanha de Agnelo. O novo comandante-geral da PM afirma que quer modernizar a instituição e combater o tráfico de drogas, principalmente em áreas próximas a escolas. Ele vai estudar o destino dos postos comunitários da PM, instalados durante o governo de José Roberto Arruda.



Depois de especulações acerca de seu nome, o coronel Márcio de Souza Matos foi confirmado como o novo comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do DF. Ele chefiou o Departamento de Ensino e Pesquisa da corporação e dirigiu o Colégio Militar Dom Pedro II. O cargo vinha sendo cobiçado por vários aliados de Agnelo Queiroz, o que atrasou o anúncio definitivo.



Os dois militares vão se juntar aos nomes já escolhidos anteriormente para o combate à violência. O secretário de Segurança Pública será o delegado da Polícia Federal Daniel Lorenz de Azevedo, especializado em combate ao narcotráfico. Para a direção-geral da Polícia Civil, Agnelo Queiroz havia anunciado na quarta-feira o nome da delegada Mailine Alvarenga. Ela é a atual titular da Delegacia de Capturas e Polícia Interestadual (DCPI), mas já esteve à frente da Delegacia de Proteção da Criança e do Adolescente.



Para a Casa Militar, Agnelo indicou o tenente-coronel Rogério da Silva Leão. Ele comandou a Companhia de Policiamento Rodoviário do DF e foi assessor da Secretaria de Administração da Casa Civil da Presidência da República. Durante a campanha eleitoral deste ano, trabalhou na segurança do candidato petista ao Buriti.



Segundo escalão

O novo governador concluiu ontem a lista dos 30 novos administradores regionais do DF. Assim como nos anúncios anteriores, a lista traz nomes de vários partidos que apoiaram o petista durante a campanha de outubro. O PDT, por exemplo, indicou o cientista político Marcos Woortmann para a Administração Regional do Lago Norte. Ele foi vice-presidente da Juventude do partido na capital federal.



O representante do PTB foi indicado pelo deputado distrital Cristiano Araújo. Arthur da Cunha Nogueira, tio do parlamentar, será administrador regional do Riacho Fundo I. Ele terá um trabalho delicado pela frente, já que a região é um conhecido reduto rorizista e serviu de palco para conflitos entre petistas e partidários do ex-governador.



O PR, partido que recentemente desembarcou no governo Agnelo depois de apoiar a candidatura de Weslian Roriz (PSC), ganhou espaço no segundo escalão. A legenda escolheu Saulo de Oliveira Duarte para a Administração Regional do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). Ele foi subsecretário de Ciência e Tecnologia, pasta que já foi comandada por seu companheiro de partido Izalci Lucas.



Na cota do PMDB está o ex-deputado distrital César Lacerda. Nome tradicional do partido, ele foi o primeiro administrador regional de Brasília e atualmente comandava a região do Lago Sul. Agora, estará à frente da administração do Jardim Botânico, responsável por dezenas de condomínios regulares e ilegais de classe média. Na lista de administradores também há nomes ligados ao sindicalismo, como o de Geralda Godinho, ex-presidente do Sindicato dos Comerciários do DF, que trabalhará no Riacho Fundo II. Das lideranças comunitárias saíram os nomes do administrador regional do Itapoã, Gesiel Miguel da Silva, e do Varjão, José Maria Martins dos Santos.

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