segunda-feira, 14 de março de 2011

Durval admite que deu dinheiro a Jaqueline Roriz mais de uma vez


Diego Abreu




Publicação: 14/03/2011 16:21 Atualização: 14/03/2011 16:39



O procurado-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou nesta segunda-feira (14/3) que o ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal e delator do mensalão do Democratas, Durval Barbosa, disse em depoimento ter feito outros repasses de dinheiro à deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF), além do mostrado em vídeo divulgado no último dia 4.



As imagens mostram Jaqueline e o marido, Manoel Neto, recebendo um maço de dinheiro das mãos de Durval, na sala do então presidente da Codeplan, na época da campanha eleitoral de 2006, quando ela se elegeu deputada distrital. Durante a entrevista coletiva, Gurgel informou também que o Ministério Público teve acesso à gravação há cerca de duas semanas, poucos dias antes de o vídeo vazar para a imprensa.






Dívida de campanha



O procurador afirmou ainda que, durante o depoimento, Durval disse que o dinheiro repassado a Jaqueline Roriz e ao marido foi uma retribuição ao apoio dado à candidata de sua coligação em 2006, no caso, Maria de Lourdes Abadia (PSDB), que concorreu ao governo do DF. "O depoimento não é particularmente rico em detalhes", destacou Gurgel.



O procurador contou também que, segundo Durval, esse vídeo "estava perdido", motivo pelo qual a gravação não foi revelada junto com as demais que vazaram durante a operação Caixa de Pandora, que mostrou deputados distritais e o ex-governador José Roberto Arruda recebendo dinheiro de Durval. Segundo Gurgel, o MP não tem conhecimento sobre a existência de novos vídeos.






Delação premiada



Questionado pela imprensa, Gurgel observou que Durval Barbosa corre, sim, o risco de perder o benefício da delação premiada diante dos novos fatos. Sobre a investigação feita pelo Ministério Público, Gurgel disse que "tudo aponta no sentido de que (o dinheiro) seja ilícito, mas o mais importante é a utilização indevida de recursos públicos".



"Só as investigações vão mostrar (as ilegalidades), mas tudo aponta que a origem seja ilícita", afirma o procurador-geral. Ainda conforme revelou o procurador-geral, Durval não fez qualquer menção que comprometa o ex-governador Joaquim Roriz, pai de Jaqueline.

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