Jaqueline Roriz recebeu ‘dinheiro sujo’, afirma delator do ‘mensalão do DEM’
Em entrevista exclusiva ao ‘Estado’, Durval Barbosa, ex-auxiliar dos governadores José Roberto Arruda e Joaquim Roriz, revela que o dinheiro entregue à deputada veio de propinas em contratos de informática firmados com o governo do Distrito Federal
Leandro Colon, de O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - Delator do esquema de corrupção no Distrito Federal, conhecido como "mensalão do DEM", Durval Barbosa afirmou nessa quarta-feira, 16, em entrevista exclusiva ao Estado, que a origem do dinheiro entregue por ele à deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) é suja. "O dinheiro entregue a Jaqueline Roriz é oriundo das propinas dos contratos de informática do governo do Distrito Federal", disse. "O dinheiro é sujo, não tem outra denominação."
É a primeira declaração pública de Durval sobre o conteúdo da gravação, revelada pelo portal Estadão.com.br no dia 4 de março, em que ele repassa dinheiro vivo a Jaqueline Roriz e seu marido, Manoel Neto.
Por ser a principal fonte de informação da investigação do Ministério Público, Durval está sob proteção policial. A afirmação dele de que a origem dos recursos é o esquema corrupto no DF contradiz a defesa da deputada de que o dinheiro que surge nas imagens não passa de doação "não contabilizada" à sua campanha eleitoral em 2006, uma espécie de caixa dois.
Para o Ministério Público Federal, o importante é mostrar que o dinheiro recebido pela parlamentar é fruto de desvios dos cofres públicos. Em 2008, uma operação do Ministério Público com auxílio da Polícia Federal, chamada de "Megabyte", apontou fraudes envolvendo R$ 1,2 bilhão no setor de informática.
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