terça-feira, 8 de junho de 2010

Disputa continua aberta

Pesquisa do Instituto Dados ouviu 2.500 pessoas em todo o Distrito Federal e mostra que o ex-governador Joaquim Roriz (PSC) ainda tem vantagem sobre Agnelo Queiroz (PT). Na espontânea, os dois praticamente empatam dentro da margem de erro do levantamento


Nova pesquisa realizada pelo Instituto Dados mostra que Joaquim Roriz (PSC) manteve a liderança nas intenções de voto para governador do DF, com Agnelo Queiroz (PT) ainda em segundo colocado. Roriz obteve 34,2%, contra 22,6% de Agnelo.

Esses números mostram que a disputa ainda está em aberto e que não há favoritos. Com as prováveis mudanças de atores e fatores, com muita negociação ainda por acontecer e partidos sem definição, a única certeza é que o panorama ainda tende a se alterar bastante.

A novidade foi a presença do governador Rogério Rosso (PMDB) na terceira posição, com 5,6%. Rosso, na época de sua eleição, havia se comprometido a não se candidatar nas eleições. Chama a atenção o índice de 18% dos entrevistados que declarou que não votaria em nenhum dos candidatos apresentados, enquanto 11,2% não souberam ou não responderam à pergunta.

Outros três pré-candidatos completam a lista: Alberto Fraga (DEM) aparece com 3,9%, Gim Argello (PTB) tem 2,4% e Toninho do PSOL, 2,1%. Em um segundo cenário, a pesquisa foi feita sem as presenças de Roriz, Rogério Rosso e Fraga, tendo Tadeu Filippelli e a ex-governadora Maria de Lourdes Abadia (PSDB) como candidatos. Nesse caso, Agnelo fica à frente com 24,7%, seguido por Abadia com 10,4%, Filippelli com 7,4%, Gim com 3,8% e Toninho do PSOL com 2,7%.

A pesquisa é uma parceria do Instituto Dados com o Jornal da Comunidade. Mensalmente até às vésperas das eleições, o instituto fará novas pesquisas, que serão divulgadas pelo Jornal da Comunidade e pelo jornal Coletivo. Esse é o segundo estudo feito pelo grupo e o último antes da definição dos candidatos de fato. Agora em junho acontecem as convenções eleitorais que batem o martelo sobre as candidaturas.

Renda e região

Novamente, o grosso do eleitorado de Roriz se concentrou na população com renda de até um salário mínimo, em oposição a Agnelo que tem maior força entre os de renda mais alta. Entre os eleitores dentro dessa faixa, Roriz chega a ter 49,6% das intenções de voto, contra 14,3% de Agnelo. Já no intervalo de entrevistados com renda entre 15 e 20 salários mínimos, Agnelo bate Roriz por 38,1% a 21,4%, melhor desempenho do petista.

Em relação às regiões administrativas, Agnelo consegue superar Roriz em 9 das 33 zonas pesquisadas, todas dentro ou mais próximas do Plano Piloto: Asa Sul, Asa Norte, Lago Sul, Lago Norte, Jardim Botânico, Sudoeste e Octogonal, Cruzeiro, Guará e Águas Claras. Roriz chega a ter apenas 7,5% no Lago Sul e 10% no Sudoeste e Octogonal. No Cruzeiro, Agnelo quase bate nos 50% de intenções de voto, mas tem apenas 4,3% no Park Way.

Fenômeno semelhante se observa no segundo cenário, onde Abadia tem desempenho bom, alcançando 16% de intenção de votos, na faixa da população com renda até um salário mínimo. Novamente, Agnelo se sai melhor nas camadas com renda superior, e chega a alcançar índice de 35,7% com os eleitores que têm renda entre 15 e 20 salários mínimos.

A diferença para esse cenário é que não se percebe polarização, já que a liderança proeminente de Agnelo pode ser atribuída à sua maior exposição recente – ele e Roriz são os únicos candidatos já definidos pelos seus partidos – e a disputa pela segunda posição está aberta. Em princípio, Abadia e Filippelli estão em empate técnico, com uma diferença de três pontos percentuais.

Já na aferição de intenção de votos na modalidade espontânea, onde o entrevistado responde em quem pretende votar sem consultar um cartão com as opções disponíveis, há quase empate técnico entre Roriz e Agnelo no primeiro cenário. O ex-governador aparece com 14,9%, enquanto o petista marcou 10,7%, diferença que assegura a liderança a Roriz mas, com a margem de erro de 2%, pode ser considerada bastante pequena.

No estudo espontâneo, fica mais claro também o perfil do eleitor que Agnelo já conquistou de maneira mais consolidada. Das sete divisões de renda utilizadas como critério pela pesquisa, Agnelo é líder em quatro delas, ou seja, entre todos os eleitores com renda a partir de cinco salários mínimos. Roriz ganha nas três faixas de renda que vão até cinco salários mínimos.

Agnelo e Roriz são as únicas presenças com números efetivamente expressivos na pesquisa espontânea. Na terceira posição aparece Cristovam Buarque (PDT), com 1%. Porém, Cristovam já está praticamente sacramentado como candidato ao Senado na mesma chapa de Agnelo.

Fraga aparece com 0,9% das intenções de voto espontâneas. Com 0,5%, aparecem Rosso e Reguffe (PDT). Reguffe é deputado distrital e nome forte para disputar uma vaga na Câmara Federal.

Ainda são citados Geraldo Magela (PT), que foi preterido por seu partido para a disputa para o governo e posteriormente, para o Senado; Toninho do PSOL, que é de fato pré-candidato de seu partido; Wilson Lima (PR), deputado distrital cujo partido já está fechado com Roriz, tendo indicado o vice da chapa, Jofran Frejat.

Além destes, apareceram na pesquisa os nomes de Gim (PTB), Maurício Correa (PSDB), Abadia, Rodrigo Rollemberg (PSB), Filippelli, Izalci Lucas (PR), Benício Tavares (PMDB), Eliana Pedrosa (DEM) e Paulo Tadeu (PT). Destes, os únicos que ainda têm possibilidade de serem candidatos são Filippelli e Abadia, com chances reduzidas.

Na espontânea, 64,9% dos entrevistados não souberam responder em quem votaria nas eleições e 5,5% declararam que não votarão em ninguém.

Joaquim Roriz também é o líder na rejeição. Isso quer dizer que 29,3% declararam que não votariam em Roriz em hipótese nenhuma. Fraga obteve 11,6% de rejeição, e Abadia 11,2%. Tadeu Filippelli teve 7,3%, Gim Argello ficou com 7,2% e o candidato petista Agnelo Queiroz teve 5% de entrevistados que não votariam nele. 10,8% das pessoas disseram que rejeitam todos, ou seja, não votam em nenhum, e 7,9% afirmaram que poderiam, eventualmente, votar em qualquer um.
 


Serra e Dilma empatados; Marina Silva cresce no DF

A pesquisa do Instituto Dados também perguntou sobre as intenções de voto dos candidatos à presidência da República dentro do DF. Neste caso, foi usada apenas a metodologia estimulada. Seguindo a tendência nacional, Dilma Rousseff (PT) foi a primeira colocada, obtendo 30,5%, com José Serra (PSDB) em segundo, tendo marcado 27,5%. A candidata do PV Marina Silva obteve 14,9% e o fato novo é a presença do ex-deputado constituinte Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), com 0,7%. 15,6% dos entrevistados afirmou que não votará em nenhum candidato à presidência, e 10,8% não souberam ou não quiseram responder.


Cinco candidatos lideram disputa pela Câmara dos Deputados

A atual deputada distrital Jaqueline Roriz (PMN) é a líder na pesquisa que mediu a intenção de votos para ocupar uma vaga de deputado federal. Ela obteve 8,9% das declarações de voto, seguida muito de perto por Geraldo Magela, que teve 8,7%. Também muito próxima está a deputada distrital Érika Kokay (PT), que vem tendo bastante espaço na mídia por conta de sua atuação na Câmara Legislativa na CPI que investiga deputados distritais suspeitos de participação nos esquemas de corrupção de José Roberto Arruda. Por conta disso, ela teve 8,6% das intenções de voto.

Izalci Lucas, presidente regional do PR e ex-secretário de Ciência e Tecnologia do DF, e o deputado distrital Reguffe ficaram com 8%. Em seguida, Abadia, que está cotada para concorrer a uma vaga ao Senado pela chapa de Joaquim Roriz, alcançou a marca de 6,9%. Paulo Tadeu (PT) aparece em seguida, com 6,2% das intenções de voto.


PT e DEM dividem as primeiras colocações para distrital

Hoje de fora da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Chico Leite (PT) é líder nas pesquisas de intenção de voto para deputado distrital, com 5,5%. A atual deputada distrital pelo DEM Eliana Pedrosa ficou muito próxima de Leite, obtendo a marca de 5,2%.

Na casa dos quatro por cento estão Paulo Roriz (DEM), que teve 4,9%, Cabo Patrício (PT), atual vice-presidente da Câmara, com 4,7% e Arlete Sampaio, deputada distrital mais votada em 2003, com 4%. O deputado distrital pelo PT Chico Vigilante aparece em seguida, com 3,6%. O Democrata Rubens Brunelli, também atualmente deputado distrital, ficou com 3%, enquanto a ex-deputada federal Maninha (PSOL) teve 2,5%. O Partido Verde (PV) aparece pela primeira vez na lista com um candidato competitivo: o ambientalista e presidente da Federação das Associações dos Condomínios Horizontais do Distrito Federal (Facho), Adilson Barreto, com 0,2%.

Nenhum comentário:

Postar um comentário