Confusões tucanas terça-feira, 29 de junho de 2010
Em artigo para o "FT", Presidente afirma que quer levar adiante esforços de seu governo para criar um mundo "livre da fome e da pobreza"
Em artigo divulgado hoje pelo site do jornal britânico Financial Times, o mais prestigioso do mundo na área econômica, o Presidente Lula escreveu um artigo que entre outras coisas diz: "Após deixar a Presidência, quero continuar contribuindo para a melhoria da qualidade da vida da população. A nível internacional pretendo concentrar minha atenção em iniciativas que beneficiem países da América Latina e do Caribe e o continente africano."
"Quero levar adiante os esforços feitos pelo meu governo no sentido de criar um mundo multilateral e multipolar, livre da fome e da pobreza. Um mundo no qual a paz não seja uma utopia distante, mas uma possibilidade concreta."
O artigo assinado pelo Presidente Lula faz parte de um caderno especial sobre o Brasil, que circula hoje com a edição impressa do jornal. Sob o título O Novo Brasil, o caderno destaca a estabilidade e o recente crescimento da economia brasileira, comparando o País a um adolescente que cresceu rapidamente, parece confiante e ansioso para deixar suas marcas no cenário internacional, mas ainda enfrenta problemas, como se não estivesse acostumado com a sua própria estatura.
O Financial Times, diz que "Lula levou seu partido a adotar medidas cujos resultados são agora celebrados ao redor do mundo, com boa razão", diz o texto de apresentação do caderno. "Cerca de 10 milhões de brasileiros, de um total de 192 milhões, passaram para o nível da classe média entre 2004 e 2008, e desde 1990 os níveis de pobreza caíram pela metade."
No artigo, Lula, disse que tem muito orgulho das conquistas de seu governo, que retirou o País da situação de estagnação econômica em que se encontrava. A questão internacional foi enfatizada por ele em mais de um momento. Afirmou, por exemplo, que se sente particularmente satisfeito com a posição que o Brasil começou a ocupar no cenário mundial, procurando agir ao lado de outros países emergentes.
"Com eles nós estamos criando a base de uma nova economia internacional e geografia política", escreveu. "Com eles temos procurado construir um mundo mais justo em termos sociais e econômicos livre da fome e da miséria, com respeito aos direitos humanos e com capacidade para enfrentar a ameaça do aquecimento global."
O Brasil tem muita experiência para dividir, especialmente com os vizinhos da América Latina, cuja economia,, não vai tão bem quanto a brasileira. "Não podemos ser uma ilha de prosperidade cercada por um mar de pobreza e injustiças sociais."
Financial Times diz ainda que, se alguma pessoa personifica hoje a nova situação do Brasil, assumindo um novo papel na cena internacional, com estabilidade política e crescimento econômico, é o seu Presidente. O jornal mais uma vez relembra a trajetória de Lula, de menino pobre e condenado à miséria a primeiro mandatário do País uma história que ele mesmo não se cansa de contar e que encanta os estrangeiros, especialmente europeus. No artigo divulgado Lula voltou a dizer que é o primeiro Presidente brasileiro sem nenhum título universitário e, ao mesmo tempo, o que mais construiu universidades.
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