INVESTIGAÇÕES NO DF
Apuração não terminou
Agenda
Câmara Legislativa: Audiência pública para debater a situação dos
músicos do DF. Às 19h, no plenário.
Câmara dos Deputados: Reunião Deliberativa Ordinária da Comissão de
Constituição e de Justiça, às 10h, no Anexo II, Plenário 01.
Senado: Sessão deliberativa ordinária, às 14h, no plenário.
JOSEMAR GONÇALVES
As apreensões envolverão políticos e pessoas ligadas ao setor da construção civil, às empresas de consultoria e do ramo de transportes
lOperação
Caixa de Pandora
continuará com
novos mandados
de busca
Carlos Carone
carone@ jornaldebra silia. com. br
Com segunda fase em andamento
e com novos alvos definidos,
a Operação Caixa de
Pandora, da Polícia Federal, ganhará
desdobramentos. Haverá uma série
de mandados de buscas e apreensões
envolvendo pessoas ligadas ao setor
da construção civil e à política do
Distrito Federal. Pelo menos 51 mandados
deverão ser cumpridos nesta
nova fase. Empresas de consultoria e
do ramo de transportes também serão
investigadas.
O Jornal de Brasília apurou que
promotores de Justiça do Núcleo de
Combate ao Crime Organizado
(NCOC), do Ministério Público do
Distrito Federal e Territórios (MPDFT),
participaram de uma reunião ocorrida
em um hotel da cidade há alguns dias.
Em pauta estava o pedido de prisão
expedido em nome de um grupo de
pessoas, que na visão dos promotores,
teria envolvimento com o esquema de
pagamento de propina no governo.
No entanto, a Justiça negou os pedidos
de prisão, acatando apenas os mandados
de busca.
PRISÕES
Apesar da negativa, os promotores
decidiram refazer o pedido de
prisão em nome dos supostos envolvidos.
De acordo com uma fonte
ouvida pelo JBr, os integrantes do
MPDFT querem a prisão de pessoas
que já participariam do esquema
quando o GDF ainda era chefiado
por Joaquim Roriz (PSC).
A informação é de que o esquema
é antigo e que o ex-secretário
de Relações Institucionais Durval
Barbosa, pivô do escândalo, apresentou
provas que comprometem
apenas políticos, assessores e membros
da base do ex-governador José
Roberto Arruda (sem partido). "A
metralhadora do Durval não atinge
diretamente pessoas que já teriam se
beneficiado com o desvio de recursos
públicos nas administrações anteriores",
disse a fonte.
SAIBA +
Operação Caixa de
Pandora revelou cenas
estarrecedoras sobre um
esquema de caixa dois e
pagamentos de propinas
a políticos de Brasília.
Primeiro, surgiram os vídeos
de políticos escondendo
dinheiro em sacolas, bolsos e
meias. Em seguida, a insólita
declaração, às vésperas do
Natal, de que o dinheiro nas
mãos do então governador
José Roberto Arruda se
destinava à compra de
panetones.
Os peritos da Polícia
Federal ainda analisam
centenas de
documentos, além de
computadores que foram
apreendidos nas casas
dos envolvidos no
suposto esquema.
Acordo liga Durval ao PSC
As investigações que desencadearam
a segunda etapa da Caixa de
Pandora pretendem chegar até o
fundo de um emaranhado esquema
de tráfego de influência e de pagamento
por informações privilegiadas.
De acordo com o trabalho
dos promotores, uma das figuras que
podem ser comprometidas é Valério
Neves, presidente regional do PSC, e
assessor de Roriz.
As primeiras informações apuradas
pelo Ministério Público dão conta
de que boa parte dos vídeos e
escutas ambientais usados por Durval
Barbosa comprometeriam Joaquim
Roriz e pessoas ligadas ao PSC. Todo o
material teria sido comprado pelo partido.
Esse seria um dos motivos pelo
qual o ex-secretário estaria vivendo
uma ótima condição financeira.
A fonte ouvida pelo JBr afirmou
que o suposto acordo entre o PSC e
Durval Barbosa funcionou como
uma espécie de "cala boca". "O Durval
tinha muito material que não veio
à tona e que não envolvia apenas o
pessoal do Arruda, como foi amplamente
divulgado. Parte desse material
que compromete o Roriz foi
vendido. É forte a possibilidade dos
vídeos e escutas nem existirem mais,
pois poderiam prejudicar a campanha
dele para o governo do DF",
afirmou a fonte.
PRESTADORAS DE SERVIÇO
De acordo com as suspeitas, o
possível esquema funcionaria desde
1999. Parte do dinheiro teria financiado
as campanhas políticas de Roriz,
em 2002, e de Arruda, em 2006. A
principal fonte do dinheiro seria as
empresas que prestavam serviços de
informática ao governo. A investigação
do MPDFT ganha ainda mais
respaldo quando auditorias feitas pelo
Tribunal de Contas do DF (TCDF)
são analisadas. Auditorias confirmaram
um esquema que desfalcavam
os cofres públicos desde 1999.
Uma série de irregularidades foram
constatadas e o sistema de operação
do esquema era semelhante ao
desempenhado no governo Arruda.
Basicamente, fraudar licitações e superfaturar
preços relacionados a contratos
de informática feitos por meio
da Companhia de Desenvolvimento
do Planalto Central (Codeplan),
que foi dirigida por Durval
Barbosa. O TCDF apontou que,
em 1999, Roriz usou o Instituto
Candango de Solidariedade (ICS)
para contratar pessoal em cargos
comissionados sem concurso público
e também como intermediador
de empresas de informática.
O ICS foi extinto apenas em
2007, após a Operação Aquarela. A
ação policial revelou a participação
de instituições financeiras, empresas
e organizações não-governamentais,
que eram especializadas
em lavagem de dinheiro. Entidades
vendiam notas fiscais correspondentes
a projetos e serviços
que não eram executados
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