quarta-feira, 2 de junho de 2010

Roriz X Operação Caixa de Pandora

INVESTIGAÇÕES NO DF


Apuração não terminou

Agenda

Câmara Legislativa: Audiência pública para debater a situação dos

músicos do DF. Às 19h, no plenário.

Câmara dos Deputados: Reunião Deliberativa Ordinária da Comissão de

Constituição e de Justiça, às 10h, no Anexo II, Plenário 01.

Senado: Sessão deliberativa ordinária, às 14h, no plenário.

JOSEMAR GONÇALVES

As apreensões envolverão políticos e pessoas ligadas ao setor da construção civil, às empresas de consultoria e do ramo de transportes

lOperação

Caixa de Pandora

continuará com

novos mandados

de busca

Carlos Carone

carone@ jornaldebra silia. com. br

Com segunda fase em andamento

e com novos alvos definidos,

a Operação Caixa de

Pandora, da Polícia Federal, ganhará

desdobramentos. Haverá uma série

de mandados de buscas e apreensões

envolvendo pessoas ligadas ao setor

da construção civil e à política do

Distrito Federal. Pelo menos 51 mandados

deverão ser cumpridos nesta

nova fase. Empresas de consultoria e

do ramo de transportes também serão

investigadas.

O Jornal de Brasília apurou que

promotores de Justiça do Núcleo de

Combate ao Crime Organizado

(NCOC), do Ministério Público do

Distrito Federal e Territórios (MPDFT),

participaram de uma reunião ocorrida

em um hotel da cidade há alguns dias.

Em pauta estava o pedido de prisão

expedido em nome de um grupo de

pessoas, que na visão dos promotores,

teria envolvimento com o esquema de

pagamento de propina no governo.

No entanto, a Justiça negou os pedidos

de prisão, acatando apenas os mandados

de busca.

PRISÕES

Apesar da negativa, os promotores

decidiram refazer o pedido de

prisão em nome dos supostos envolvidos.

De acordo com uma fonte

ouvida pelo JBr, os integrantes do

MPDFT querem a prisão de pessoas

que já participariam do esquema

quando o GDF ainda era chefiado

por Joaquim Roriz (PSC).

A informação é de que o esquema

é antigo e que o ex-secretário

de Relações Institucionais Durval

Barbosa, pivô do escândalo, apresentou

provas que comprometem

apenas políticos, assessores e membros

da base do ex-governador José

Roberto Arruda (sem partido). "A

metralhadora do Durval não atinge

diretamente pessoas que já teriam se

beneficiado com o desvio de recursos

públicos nas administrações anteriores",

disse a fonte.

SAIBA +

Operação Caixa de

Pandora revelou cenas

estarrecedoras sobre um

esquema de caixa dois e

pagamentos de propinas

a políticos de Brasília.

Primeiro, surgiram os vídeos

de políticos escondendo

dinheiro em sacolas, bolsos e

meias. Em seguida, a insólita

declaração, às vésperas do

Natal, de que o dinheiro nas

mãos do então governador

José Roberto Arruda se

destinava à compra de

panetones.

Os peritos da Polícia

Federal ainda analisam

centenas de

documentos, além de

computadores que foram

apreendidos nas casas

dos envolvidos no

suposto esquema.

Acordo liga Durval ao PSC

As investigações que desencadearam

a segunda etapa da Caixa de

Pandora pretendem chegar até o

fundo de um emaranhado esquema

de tráfego de influência e de pagamento

por informações privilegiadas.

De acordo com o trabalho

dos promotores, uma das figuras que

podem ser comprometidas é Valério

Neves, presidente regional do PSC, e

assessor de Roriz.

As primeiras informações apuradas

pelo Ministério Público dão conta

de que boa parte dos vídeos e

escutas ambientais usados por Durval

Barbosa comprometeriam Joaquim

Roriz e pessoas ligadas ao PSC. Todo o

material teria sido comprado pelo partido.

Esse seria um dos motivos pelo

qual o ex-secretário estaria vivendo

uma ótima condição financeira.

A fonte ouvida pelo JBr afirmou

que o suposto acordo entre o PSC e

Durval Barbosa funcionou como

uma espécie de "cala boca". "O Durval

tinha muito material que não veio

à tona e que não envolvia apenas o

pessoal do Arruda, como foi amplamente

divulgado. Parte desse material

que compromete o Roriz foi

vendido. É forte a possibilidade dos

vídeos e escutas nem existirem mais,

pois poderiam prejudicar a campanha

dele para o governo do DF",

afirmou a fonte.

PRESTADORAS DE SERVIÇO

De acordo com as suspeitas, o

possível esquema funcionaria desde

1999. Parte do dinheiro teria financiado

as campanhas políticas de Roriz,

em 2002, e de Arruda, em 2006. A

principal fonte do dinheiro seria as

empresas que prestavam serviços de

informática ao governo. A investigação

do MPDFT ganha ainda mais

respaldo quando auditorias feitas pelo

Tribunal de Contas do DF (TCDF)

são analisadas. Auditorias confirmaram

um esquema que desfalcavam

os cofres públicos desde 1999.

Uma série de irregularidades foram

constatadas e o sistema de operação

do esquema era semelhante ao

desempenhado no governo Arruda.

Basicamente, fraudar licitações e superfaturar

preços relacionados a contratos

de informática feitos por meio

da Companhia de Desenvolvimento

do Planalto Central (Codeplan),

que foi dirigida por Durval

Barbosa. O TCDF apontou que,

em 1999, Roriz usou o Instituto

Candango de Solidariedade (ICS)

para contratar pessoal em cargos

comissionados sem concurso público

e também como intermediador

de empresas de informática.

O ICS foi extinto apenas em

2007, após a Operação Aquarela. A

ação policial revelou a participação

de instituições financeiras, empresas

e organizações não-governamentais,

que eram especializadas

em lavagem de dinheiro. Entidades

vendiam notas fiscais correspondentes

a projetos e serviços

que não eram executados

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