Cargos no governo Dilma envolvem controle de R$ 291 bi
Regina Alvarez e Cristiane Jungblut, O Globo
Definida a equipe econômica e o núcleo de poder instalado no Palácio do Planalto, a corrida da ampla coligação partidária que elegeu Dilma Rousseff se concentra na tentativa de ocupar cargos nos ministérios setoriais e nas estatais, com seus orçamentos bilionários.
Na Esplanada, a área mais cobiçada é a de infraestrutura, que ganhou musculatura com as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O programa dispõe de R$ 43,5 bilhões para 2011. Os orçamentos dos ministérios setoriais e das estatais, somados, chegam a R$ 291 bilhões.
O controle desses recursos é que está em jogo neste momento de intensa disputa entre o PT de Dilma e os demais partidos da base governista.
O PMDB, por exemplo, quer ficar com a melhor fatia entre os ministérios de grandes obras. Já tem praticamente assegurado o comando do Ministério de Minas e Energia, com o retorno do senador eleito Edison Lobão (MA) à pasta.
O MME tem um orçamento modesto comparado com outros dessa área, de R$ 850 milhões, mas estão debaixo do seu guarda-chuva as principais estatais: Petrobras e Eletrobras. Esta é uma área valorizada também porque é vista como "a menina dos olhos" da presidente eleita Dilma Rousseff, que comandou a pasta no governo Lula.
Com o vice-presidente eleito, Michel Temer, e uma das maiores bancadas no Congresso, o PMDB quer ampliar o espaço que ocupa hoje no governo, mas a disputa com os demais partidos da base aliada está acirrada.
Hoje, o partido comanda cinco pastas: além do MME, os ministérios da Integração Nacional, Agricultura, Comunicações e Saúde. Deve perder os de Saúde e Comunicações. Em troca, não abre mão de um ministério na área de infraestrutura.
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