DISTRITO FEDERAL
PT vai derrapar mais vezes se patrolar partidos aliados
Do Jornal Opção
Além de tourear o eventual desgaste pelo corte de gastos públicos e por arriscar a própria pele na Secretaria de Saúde, o governador eleito Agnelo Queiroz ainda pode topar com um problema que, a princípio, poderia ser evitado. Nos bastidores, comenta-se que o PT foi rápido demais no gatilho ao “escolher” o Cabo Patrício como próximo presidente da Câmara — a eleição para valer é em janeiro. Para os analistas políticos de Brasília, faltou habilidade. Como reclamou uma fonte ligada ao PMDB, na semana passada, foi uma operação unilateral, sem qualquer negociação com os partidos aliados. Mesmo sendo a maior bancada na casa, faltou combinar com as outras legendas.
Com a manobra unilateral para ungir o petista Cabo Patrício, o partido do vice-governador eleito, Tadeu Filippelli (PMDB), entendeu que precisa se articular o mais rápido possível com outras siglas de apoio a Agnelo. O objetivo é fazer frente a um provável rolo compressor que o PT pode colocar para funcionar no próximo governo. Avaliam que certas coisas não podem ser decididas “no automático”. Aliás, uma operação semelhante que vem sendo articulada no âmbito do governo federal e do Congresso. O PMDB pode querer blocar com outras siglas para engrossar a voz com Agnelo.
A impressão geral nos bastidores é a de que Agnelo vai ganhar muito se adquirir o hábito de sempre consultar Filippelli sobre as questões mais, digamos, comezinhas da articulação política. Ainda mais se for para segurar alguns espíritos mais afoitos dentro do PT. O peemedebista é uma das raposas políticas mais experientes do DF. Sabe conversar e (melhor atributo de um negociador) sabe exatamente o que o interlocutor quer e o que o governo pode oferecer para aplacar esses desejos. Já fez isso em outros tempos.
Mesmo com essa saia justa inicial, é provável que a escolha petista seja confirmada. Além de Patrício na presidência, os outros espaços da Mesa Diretora já estão mais ou menos mapeados. A vice-presidência da Casa deve ficar com o bloco articulado pelo PMDB com o PTB e o PP. O nome mais forte por enquanto é o de Cristiano Araújo (PTB). Outro bloco, formado por PPS, PSB, PDT e PRB (todos aliados de Agnelo) cobiça a Segunda Secretaria, órgão que cuida da gestão financeira da Câmara. O deputado Alírio Neto (PPS) pode ser o indicado desse grupo.
Agaciel Maia (PTC), protagonista do escândalo dos atos secretos do Senado, pode pintar com um cargo na Mesa Diretora. Seu nome é citado como representante do outro bloco que se formou nesse período pós-eleitoral, reunindo siglas com menos distritais - além do PTC, PR e PSC. O bloco da oposição, com PSDB, PRTB, PSC e PMN, também terá uma vaga na Mesa. Se continuar no grupo, a deputada Celina Leão pode ser a indicada.
Da redação Blog em 29/11/2010 03:03:59
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