DISTRITO FEDERAL
Distritais formam alianças para vencer disputa por cargos da Mesa Diretora
Luísa Medeiros, Correio Braziliense
Abocanhar algum cargo na Mesa Diretora na Câmara Legislativa é um desejo comum aos parlamentares vitoriosos nas urnas, mas apenas cinco terão o privilégio de estar à frente da gestão administrativa e financeira da Casa. Deputados experientes e filiados a siglas de maior expressão política levam vantagem na bolsa de apostas para a composição do quebra-cabeça do poder. Alírio Neto (PPS), Cabo Patrício (PT), Cristiano Araújo (PTB), Eliana Pedrosa (DEM) e Rôney Nemer têm potencial para ocupar as vagas, mas o sucesso da indicação depende, obrigatoriamente, da formação de um bloco partidário capaz de lançar seus nomes na disputa. As negociações estão intensas mas há muitas incertezas sobre o desenho das novas forças políticas da próxima legislatura.
Na corrida pela construção de grupos, o DEM é um dos retardatários. Eliana Pedrosa tentou uma aproximação com o PMDB, que acabou esfriada por caciques da legenda. A relação de apoio entre os partidos, cultivada na gestão Arruda, pelo menos por enquanto, não deverá se repetir. Uma das defesas usadas pelo PMDB é a incoerência de se aliar à sigla depois do desgaste ocasionado pelas denúncias da Operação Caixa de Pandora. Outro fator contrário é a falta de entendimento entre os democratas eleitos.
Raad Massouh (DEM) está de licença médica, mas já sinalizou, por meio de interlocutores, que não está disposto a seguir os passos sugeridos pela colega. Apesar do nome forte, a distrital terá que recorrer a outras saídas para poder se lançar na disputa por uma vaga. Ao falar do assunto, ela chega a demonstrar desapego com os cargos que estão em jogo e diz que algumas comissões podem ser mais valiosas.
Novas opções
A falta de afinidade entre o PMDB e o DEM abriu leque para a costura de novos blocos. O PTB mostra interesse de unir-se ao PMDB, que está numa posição confortável, aguardando as abordagens partidárias. A experiência adquirida na presidência da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças instigou Cristiano Araújo a galgar a posição de segundo-secretário da Mesa, que trata da execução do orçamento da Câmara. Rôney Nemer também já manifestou a vontade de estar entre os membros da Mesa. Para acomodar os candidatos no comando da Casa, o tamanho do grupo terá que aumentar.
Os planos de Araújo podem ser atrapalhados, no entanto, caso o PTB feche com um bloco independente que está ensaiando se formar. Estar desvinculado de um grupo vai contra a nova postura do PMDB. Benedito Domingos (PP), Aylton Gomes (PR) e Wellington Luís (PSC) são distritais que poderão integrar a ala neutra. Do lado do novo governo, estão PPS, PDT e PSB, que podem contar com a simpatia do PRB, do novato Evandro Garla. Alírio Neto é o mais credenciado do grupo e as apostas são que ele também queira brigar pela segunda-secretaria.
O saída dada pelo PT ao anunciar Cabo Patrício como a aposta para a presidência da Casa amenizou as disputas internas na legenda pelo posto, mas a repercussão não foi tão positiva com os colegas parlamentares. Alguns deputados governistas impõem condicionantes para se posicionarem a favor da escolha do governador eleito. A captação dos votos para o candidato do chefe do Executivo começou desde o dia da declaração oficial. A boa relação com os colegas aliados ou não ao governo contam para a vitória de Patrício, mas isso dependerá da repartição dos espaços políticos com os parlamentares que estão dispostos a ajudar Agnelo.
Da redação Blog em 24/11/2010 08:50:19
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