Para PSDB, sem arrochar salário e paralisar o país não há saída
Mal Henrique Meirelles está sendo despachado do Banco Central, o PSDB já está saudoso da política de manter uma trava no crescimento do país, através dos juros altos. Alexandre Tombini foi indicado para suceder Meirelles no BC.
Em nota publicada no site do Instituto Teotônio Vilela (ITV), a legenda faz um arrazoado em defesa da política de arrocho na economia que, na opinião dos tucanos, deveria ser adotada pela presidente eleita, Dilma Rousseff. Segundo os tucanos, é “imperativo que (Dilma) freie a expansão dos gastos públicos”. “As despesas são ascendentes, mas não se ouve uma palavra a respeito disso da presidente eleita”.
O inconformismo tucano com o crescimento do país e os investimentos que o governo Lula tem aportado na economia se expressa no texto e diz que “Dilma poderia começar por ressuscitar uma proposta que integra o PAC, mas foi letra morta até agora: a que limita os reajustes salariais a um percentual pouco acima da variação do PIB”.
O PSDB se mostra escandalizado também com a proposta de Dilma de reduzir os juros e os encargos que isso acarreta na economia: “Tem-se dito que ela perseguirá a redução da dívida pública de 41% para 30% do PIB em quatro anos. Também tem sido divulgado que a meta é baixar o juro real dos atuais 5,3% para 2%. Papel aceita tudo”. Não é para menos a insatisfação dos tucanos, acostumados com os juros estratosféricos praticados por Henrique Meirelles à frente do Banco Central. Para eles, se não tiver juros altos para os banqueiros, salários baixos, investimento zero em obras e desenvolvimento e privatização isso não é economia.
Falar em aumento de salário, obras, redução da pobreza, etc, tudo isso só na época de eleição, como fez Serra em sua demagogia durante a campanha eleitoral, dizendo até que ia reajustar o salário mínimo para 600 reais. Mas nem bem acabou a eleição e tudo volta ao normal tucanês. Para os tucanos, por que gastar com o PAC, salários, Bolsa-família, Minha Casa Minha Vida, construção de navios e plataformas no país, de refinarias, ferrovias? Tem que ter dinheiro é para os bancos, na opinião deles.
Durante a eleição, Serra se declarou estatista desde criancinha. Agora, após o período eleitoral, eis o que diz o PSDB sobre a Eletrobrás: “o histórico da Eletrobrás no quesito é lastimável. Sob seu guarda-chuva estão várias distribuidoras estaduais que deveriam ter sido privatizadas, mas foram mantidas estatais”.
E a decisão de Dilma e do governo de retirar os investimentos da Eletrobrás do cálculo do superávit primário (despesas do governo, excluindo o gasto com juros), ou seja, ter mais recursos para investir no crescimento, é um deus-nos-acuda para o banqueirismo do PSDB, como a legenda frisa na sua nota.Hora do Povo
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