segunda-feira, 29 de novembro de 2010

TRANSIÇÃO




Hora de dividir o bolo



Da agência Estado



A duas semanas do anúncio final dos futuros ministros no governo de Dilma Rousseff, as lideranças de partidos aliados estão inquietas com o “leilão” que está sendo feito sobre suas atuais pastas. Os principais alvos de cobiça são os ministérios hoje comandados pelo PMDB e PP. As preocupações dos aliados cresceram depois que a presidente eleita, Dilma Rousseff, decidiu não manter nos ministérios os mesmos aliados. “Essa ideia de que cada um fica onde está não vinga. Esse é o primeiro ano do governo Dilma e ela está montando seu ministério”, afirma o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP).



No xadrez político da Esplanada dos Ministérios, o PMDB é o partido que corre o risco de perder mais espaço. As pastas das Comunicações e da Integração Nacional, hoje nas mãos de peemedebistas, poderão ficar com o PT e o PSB, respectivamente. Em contrapartida, o Ministério das Cidades, atualmente com PP, poderá ir para o ex-governador Moreira Franco, do PMDB.



Enquanto os ministérios hoje nas mãos de partidos aliados entram nas negociações para compor o novo governo, o mesmo não ocorre com as pastas comandadas por petistas. Segundo uma liderança do PMDB, Dilma e seus assessores “só falam em alta rotatividade em ministérios ocupados por partidos aliados, e ninguém fala em rotatividade nos 17 ministérios do PT”. “Por enquanto está cinco a zero”, diz, referindo-se às nomeações e escolhas feitas até agora por Dilma.



Para a Previdência, por exemplo, Dilma Rousseff cogita pôr o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, do PT. “Eu tive um convite genérico”, confirmou Pimentel, que saiu derrotado das urnas na disputa por uma vaga ao Senado.



Os peemedebistas já avisaram Dilma Rousseff que a manutenção de Nelson Jobim à frente do Ministério da Defesa não será uma indicação partidária. Henrique Meireles, atual presidente do Banco Central, também não será considerado da cota do PMDB, caso venha a ocupar cargo no futuro governo. Os peemedebistas esperam ficar com, pelo menos, cinco pastas no governo Dilma. Hoje, o partido comanda seis ministérios, além do Banco Central.



Esta semana, Dilma Rousseff vai anunciar oficialmente os nomes de Antonio Palocci para a pasta da Casa Civil e Gilberto Carvalho para assumir a chefia da Secretaria Geral da Presidência da República. Alexandre Padilha deverá ser confirmado à frente do Ministério da Articulação Política. Também deverão ser definidos os novos ministros das Relações Exteriores – o mais cotado é o embaixador Antonio Patriota – e da Defesa.



Após conversa com Dilma, Jobim é confirmado na Defesa



O ministro da Defesa, Nelson Jobim (PMDB), vai permanecer no cargo no governo de Dilma Rousseff. O convite foi feito pela presidente eleita e aceito horas antes de Jobim aparecer em rede nacional, chancelando o apoio das Forças Armadas no combate ao crime no Rio de Janeiro. Interlocutores de Dilma informaram que a conversa entre os dois foi “longa e boa”.



Jobim já havia sido sondado para permanecer no cargo pelo deputado Antonio Palocci (PT-SP), um dos coordenadores da equipe de transição. Jobim havia questionado quais seriam as condições da permanência e Palocci foi evasivo. Coube a Dilma refazer o convite na sexta-feira.



A presidente eleita quer desidratar o Ministério da Defesa. Ela pretende criar uma pasta específica, com status de ministério, como revelou O Estado de S. Paulo, para cuidar dos aeroportos. Essa função hoje é da Infraero, subordinada ao Ministério da Defesa.

A permanência de Jobim na Defesa era um desejo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os peemedebistas já avisaram que Jobim não será uma indicação partidária. No futuro governo, o PMDB espera ficar com pelo menos cinco pastas. Hoje, o partido comanda seis ministérios, além do Banco Central.

Nenhum comentário:

Postar um comentário