Deu no O Estado de S.Paulo
PT se une na disputa por cota na Esplanada
Roberto Almeida e Flávia Tavares
Correntes majoritárias do PT reuniram-se ontem em Guarulhos (SP) para discutir o espaço de poder do partido no futuro governo de Dilma Rousseff.
Os petistas, especialmente os que integram a corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), têm a preocupação de garantir redutos conquistados no governo Lula e retomar ministérios ocupados por aliados, como Cidades, Saúde e Comunicações.
Os presentes negaram que o encontro serviria para discutir cargos no governo federal.
Nos bastidores, porém, petistas admitem que há algumas preocupações do grupo, como garantir a volta de José Genoino (PT-SP) à Câmara - ele não foi eleito, mas ficou como suplente - o que exigiria manobra para nomear deputados vitoriosos, abrindo a vaga de parlamentar para o petista.
Os nomes mais ventilados no PT são o do tesoureiro da campanha de Dilma, José de Filippi Júnior, eleito deputado, para o Ministério das Cidades.
Candidato derrotado ao governo de São Paulo, o senador Aloizio Mercadante teria um posto garantido na Esplanada, provavelmente na Ciência e Tecnologia ou em alguma nova pasta a ser criada.
A indicação de Filippi para Cidades gera confronto com aliados. A pasta é cobiçada pelo PMDB e também chegou a ser cogitada pelo PSB, mas o mais provável é que os pessebistas levem a Integração Nacional.
Genoino admitiu que há uma articulação para que volte à Câmara, mas afirmou que deixou "tudo pronto" para entregar o gabinete em 31 de dezembro. "Se há articulação, não é minha. Até porque candidato derrotado não faz articulação. Se há desejo, não é meu", afirmou.
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