sábado, 27 de novembro de 2010

Convencida por Lula, Dilma irá se reunir com Jobim




Dilma já considera possível mantê-lo no Ministério da Defesa



Gerson Camarotti e Geralda Doca



Depois das recomendações do presidente Lula, a presidente eleita, Dilma Rousseff, já diminuiu as resistências para manter no cargo o ministro da Defesa, Nelson Jobim.



Terá uma conversa definitiva com ele depois do dia 4 de dezembro, quando ele estará de volta ao Brasil de uma viagem a Itália, Sérvia, Polônia e Espanha. Oficialmente, a conversa será para tratar da compra dos caças para a Força Aérea Brasileira.



Lula tem dito a Dilma que Jobim é fundamental para evitar crise numa área delicada.



Na sua avaliação, o presidente vai além: hoje haveria poucos quadros preparados como Nelson Jobim para ter autoridade e conhecimento para comandar as Forças Armadas.



Todos os antecessores de Jobim enfrentaram crise e foram desestabilizados.



Dilma analisou outros nomes para a Defesa. Até o do deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), que irá para a Justiça, chegou a ser avaliado.



Mas cresce o consenso de que qualquer nome enfrentaria dificuldades. Para diminuir as resistências de Dilma, uma saída seria manter Jobim por um período determinado, até acabar a reestruturação do Ministério da Defesa.



Mas Lula tem dito que o melhor seria mantê-lo por todo o mandato.



Confirmada a permanência de Jobim, devem continuar nos cargos os comandantes das Forças Armadas: brigadeiro Juniti Saito, da Aeronáutica; almirante Moura Neto, da Marinha, e general Enzo Perri, do Exército.



Ontem, a atuação de Jobim no enfrentamento ao crime organizado no Rio foi elogiada no Planalto, o que contou pontos para sua permanência.



Ao saber das resistências ao seu nome, Jobim mandou sinais de que não tinha interesse em permanecer no posto. Isso preocupou Lula, que decidiu priorizar o assunto.



"Até Jobim, a Defesa foi um dos maiores problemas do meu governo", disse Lula para Dilma.



Petistas são contra manter Haddad na Educação



A decisão de Dilma Rousseff de manter no cargo o ministro da Educação, Fernando Haddad, tem provocado reação do PT. Mas Dilma estaria disposta a ignorar as resistências, seguindo a orientação de Lula.



As bancadas do PT na Câmara e no Senado tentaram desestabilizar Haddad durante a crise do Enem, e Lula saiu em seu socorro.



Com isso, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que desejava a Educação, pode ficar com a Previdência ou Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.



Dilma já estuda como compensar o PMDB pela provável perda dos ministérios das Comunicações e da Integração Nacional. Ela deve destinar o Ministério das Cidades para os peemedebistas.



Há pressão do vice-presidente eleito, Michel Temer, para emplacar o ex-governador Moreira Franco (PMDB-RJ). Mas a ideia desagrada ao governador Sérgio Cabral PMDB-RJ), principal cacique do partido no Rio.



Cabral não foi consultado sobre a indicação de Moreira. Dilma está inclinada a destinar para o PSB o Ministério da Integração Nacional, a despeito da ambição do governador Jaques Wagner (PT-BA) de ter o controle da pasta.



O governador Eduardo Campos (PSB-PE), se ganhar a disputa com Wagner, deseja indicar o ex-prefeito de Petrolina Fernando Bezerra Coelho.



Outro socialista que deve entrar no 1 escalão de Dilma é o senador reeleito Antonio Carlos Valadares (PSB-SE). Mas será pela cota do PT.



Dilma deseja que Dutra, suplente de Valadares, assuma o mandato. Uma das opções seria o novo Ministério de Micro e Pequenas Empresas.

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