Dilma corteja empresário Jorge Gerdau para seu governo
NATUZA NERY
DE BRASÍLIA
A presidente eleita, Dilma Rousseff, está fazendo a corte para levar o empresário Jorge Gerdau para seu governo. Os dois são próximos desde que ela ocupava a Secretaria de Minas e Energia do Rio Grande do Sul.
A petista já fez três sondagens a um dos principais homens da siderurgia brasileira. Primeiro foi para o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio), mas o presidente do conselho de administração do Grupo Gerdau não se entusiasmou com a ideia, conforme interlocutores.
Dois outros destinos são agora analisados: a SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) e o comando do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, conhecido por "Conselhão".
Gerdau já é um dos membros desse fórum de assessoramento do presidente, criado para discutir e formular políticas de desenvolvimento para o país.
No passado, Jorge Gerdau chegou a integrar uma lista de Lula para assumir o MDIC, proposta também recusada por ele por alegar conflito de interesses.
Pessoas ligadas a Dilma o definem como "o ministro de seus sonhos". Na campanha, pelo menos duas vezes em que passou por Porto Alegre, a então candidata se reuniu com ele. Nos discursos, ela também cita com frequência uma frase atribuída a Gerdau: "Meta que se cumpre é meta errada".
Das opções cogitadas por Dilma, a SAE está hoje nas mãos do diplomata Samuel Pinheiro Guimarães, titular que deseja continuar à frente do cargo. Já o "Conselhão" funciona sob a chefia do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
A negativa de Gerdau para o MDIC abriu espaço para que um outro nome despontasse como principal cotado para o cargo: o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT-MG).
Segundo a Folha apurou, Dilma está inclinada a nomeá-lo para a pasta, mas parte do PT resiste à sua indicação.
O eventual desembarque de Gerdau no Executivo traria para ao time alguém renomado fora do mundo político, uma "estrela" alçada para além das negociações partidárias, como muitos na transição gostam de definir.
Em 2002, Lula assumiu a Presidência com três nomes de peso em suas áreas de atuação. Nomeou o cantor Gilberto Gil para Cultura; o empresário Luiz Fernando Furlan (Sadia) para o MDIC e o expoente do agronegócio Roberto Rodrigues para a Agricultura.
Dilma ainda não confirmou nenhum titular com o "perfil celebridade".
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