Candidatos a vice governador do DF têm participado ativamente da campanha
Integrantes das coligações favoritas à conquista do Palácio do Buriti, Jofran Frejat (PR) e Tadeu Filippelli (PMDB) devem assumir importantes papéis na administração caso sejam eleitos
Ana Maria Campos
Publicação: 30/08/2010 08:30
Qualquer que seja o vitorioso nas urnas em 3 de outubro, o vice terá participação especial na próxima administração. Os deputados federais Jofran Frejat (PR) e Tadeu Filippelli (PMDB), que integram respectivamente as chapas encabeçadas por Joaquim Roriz (PSC) e Agnelo Queiroz (PT), líderes na corrida ao Governo do Distrito Federal, não serão meros coadjuvantes.
Os dois têm participado de todos os principais eventos de campanha e da mesma forma se preparam para trabalhar muito nos próximos quatro anos. No terceiro mandato na Câmara dos Deputados, o peemedebista pretende usar a experiência adquirida ao longo de 20 anos de vida pública como gestor da área de infraestrutura. Médico e ex-secretário da Saúde, Frejat será o homem da confiança de Roriz no setor considerado estratégico. Veja a seguir o perfil e o que pensam os dois nomes mais fortes na disputa pela vice-governadoria.
“Experiência na vida pública”
Paulista de Catanduva, o deputado Tadeu Filippelli, presidente regional do PMDB, é formado em engenharia elétrica e administração de empresas. Começou na política ao lado de Joaquim Roriz, em cujos governos exerceu cargos de presidente da Sociedade de Habitação de Interesse Social, hoje Codhab, administrador de São Sebastião, secretário de Obras e chefe da Agência de Infraestrutura e Obras, quando coordenou seis secretarias. No terceiro mandato como deputado federal, ganhou expressão própria ao se aproximar do comando nacional do PMDB.
Na atual legislatura, foi vice-líder do governo Lula e presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, uma das mais cobiçadas. Mostrou força no PMDB ao conseguir manter-se na presidência e levar a legenda para a coligação com o PT mesmo a contragosto de Roriz, com quem rompeu porque o ex-governador queria concorrer pelo partido ao quinto mandato ao Buriti. Entre 1995 e 1998, exerceu mandato como distrital, quando integrava a bancada de oposição ao governo Cristovam Buarque,que hoje está ao seu lado como candidato ao Senado pelo PDT, na chapa encabeçada por Agnelo Queiroz (PT).
Na opinião do senhor, para que serve um vice?
Depende do perfil de cada vice. Com o meu perfil, entendo que poderia contribuir com o governo em função da minha experiência ao longo da minha vida pública.
Qual será o papel do senhor no eventual governo?
Nesse momento, meu papel foi visto principalmente como parte das articulações políticas que permitiram fechar uma ampla aliança de partidos. No exercício do governo, poderei contribuir em diversas áreas. Tenho experiência administrativa, por exemplo, em obras, infra-estrutura, habitação e coordenação de secretarias e administrações regionais.
Por que o senhor foi escolhido?
Foi fruto de esforço que fizemos na montagem de uma grande coligação. As quatro pessoas que fazem parte da chapa majoritária foram citadas em algum momento para candidatura própria ao governo. O desenho que resultou dessa construção virou o atual formato.
Por que quis ser vice, se tinha possibilidade de se eleger deputado federal novamente?
Entendo que a construção da chapa levou em conta o próprio perfil de cada um e pela própria articulação feita ao longo dos entendimentos. Houve uma decorrência natural que resultou na escolha do vice que proporciona equilíbrio para a chapa toda.
Pode citar algum exemplo de vice que deu certo?
José Alencar. Deixou de ser um vice para se tornar um símbolo do Brasil e do brasileiro, um verdadeiro guerreiro.
Como é a relação do senhor com o candidato a governador?
Extremamente respeitosa, de grande empatia. Tenho convicção de que o respeito e admiração que tenho por ele, ele tem por mim.
Em caso de eleição, qual será o plano para a próxima campanha?
O futuro a Deus pertence.
Se perder, o que fará?
Continuarei trabalhando por Brasília, mesmo que seja na atividade privada, sempre no esforço para continuar ajudando a construir a nossa capital federal.
Vou comandar e orientar”
O cirurgião-geral especialista em Oncologia Jofran Frejat tem uma longa carreira pública. Está no quinto mandato como deputado federal e já foi quatro vezes secretário de Saúde, entre 1979 e 2002, nos governos de Aimé Lamaison, José Ornelas e Joaquim Roriz. Nessa seara, ele tem muita experiência. Praticamente toda a rede pública foi implantada sob a sua gestão. Por esse motivo, o parlamentar do PR foi escolhido para a segunda vaga mais importante da chapa encabeçada por Roriz.
Frejat foi ministro interino e secretário-geral do Ministério da Previdência na gestão do ex-senador Jarbas Passarinho. Também foi diretor-geral do Instituto de Medicina Legal (IML). Por isso, tem votos entre policiais civis e médicos. Nascido em Floriano, no Piauí, ele se mudou para o Rio de Janeiro aos 14 anos, onde estudou Medicina. Nas últimas duas décadas, Frejat só ficou for a dos cargos públicos entre 2003 e 2006 porque apesar de conquistar 433 mil votos não conseguiu se eleger senador em 2002. Eleito pelo PTB em 2006, ele migrou depois para o PR.
Na opinião do senhor, para que serve um vice?
Para substituir o governador nos impedimentos e colaborar no programa de governo que o titular estabelecer. Na saúde, quem vai dizer o que deve ser feito, sou eu.
Qual será o papel do senhor no eventual governo?
Serei participante, ativo em toda área da saúde. Vou comandar, orientar, escolher secretário, dar orientação de saúde com referência nacional e na área social também. Por exemplo, pretendemos criar programas para pessoa dependentes química e criar a Universidade do DF.
Por que o senhor foi escolhido?
O Roriz foi muito claro. Quando me chamou, disse que a questão mais grave é a saúde. Ele disse: ‘Preciso de alguém que possa resgatar a saúde’. Essa foi a razão do convite.
Por que quis ser vice, se tinha possibilidade de se eleger deputado federal novamente?
Já fui eleito deputado federal cinco vezes. Perdi uma eleição ao Senado, onde tive 433 mil votos mesmo sem tempo de televisão. Acho que posso fazer um bom trabalho no Executivo. Dos 63 centros de saúde, 56 foram feito por mim. Fiz quase toda a estrutura da rede pública de saúde. Passei esse último mandato na Câmara entristecido. O Poder Legislativo se enfraqueceu muito.
Pode citar algum exemplo de vice que deu certo?
O (Geraldo) Alckimin.
Como é a relação do senhor com o candidato a governador?
Boa, de respeito. Eu o respeito e ele me respeita também. Durante as vezes em que fui secretário, ele nunca propôs, sugeriu, nem insinuou qualquer irregularidade. Será que tudo que se diz dele é verdadeiro? Comigo nunca houve nada de errado. Ele nunca fez nem indicação.
Em caso de eleição, qual será o plano para a próxima campanha?
Não queria nem me candidatar mais. Gostaria de concluir e resgatar a saúde. Quero criar uma universidade temática, incluindo todas as áreas da saúde. Quero coroar minha vida pública. Mas não tenho perspectiva de mais mandatos.
Se perder, o que fará?
Tenho uma filha que vai fazer 10 anos. Vou cuidar dela. Tenho cinco netos. Vou aproveitá-los. Ainda não pude curti-los como queria.
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