Dilma:após eleições estenderá a mão aos adversários
Gustavo Paul, O Globo
A candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff disse neste sábado que depois das eleições estará à disposição para diálogo com seus adversários.
Com possibilidade de ganhar eleição ainda em 3 de outubro, ela refutou a afirmação feita pela manhã pela concorrente Marina Silva (PV), de que a democracia fica fortelecida quando ocorre o segundo turno.
Em uma entrevista coletiva convocada para divulgação de suas propostas para a infância, Dilma não escondia o bom humor, no dia em que as pesquisas apontam uma diferença de 24 pontos para seu adversário tucano, José Serra.
- As pessoas que concorrem conosco devem ser respeitadas e depois da eleição a coisa muda de figura. - afirmou Dilma.
Questionada se já estaria estendendo suas mãos para Serra e Marina, Dilma falou como presidente eleita:
- Estendo a mão para quem quiser partilhar. Eu não sei se ele (Serra) quer. Você pergunta para ele, se ele quiser, perfeitamente.
A abertura de diálogo com os concorrentes eleitorais, segundo ela, faz parte do conceito republicano, que é adotado pelo atual governo e ela promete exercer no próximo.
.- Sou do Rio Grande do Sul e lembro que havia um atrito entre o presidente e o governador. O presidente não ia lá e não dava dinheiro. Eu acho isso um absurdo: República velha é isso. A pessoa não precisa estender a mão para mim pra receber dinheiro. Pode ficar sem estender a mão, como oposição, numa boa, que vai ter dinheiro.
Contrapondo-se a Marina Silva, Dilma afirmou que a democracia brasileira sairá fortalecida se o presidente for eleito no primeiro ou no segundo turno.
.- A gente não pode ficar inventando. Se fosse assim por que tem primeiro turno e segundo turno? Essa é a tipica fala que diz respeito a uma avaliação antecipada das eleições. A gente não pode contar com a eleição antes do voto na urna. Seria uma imensa pretensão da minha parte subir no salto alto e dizer que vou ganhar aqui ou vou ganhar ali.
Sorridente, mas com voz rouca por ter participado de vários comícios nos últimos dias, a candidata do PT tentou evitar o tema da quebra de sigilo fiscal na Receita Federal, que abriu as declarações de quatro lideranças do PSDB .
Pressionada, defendeu que os responsáveis sejam punidos severamente e que a segurança das informações do Fisco seja continuamente reforçada.
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