segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Fora da quadrilha, mas dentro do relatório


Eleições 2010, GDF em 30/08/2010 às 11:58



Pandora, PF, Valente





O ex-secretário de Educação do DF e candidato a distrital José Luiz Valente (PMDB) exagerou no otimismo ao enviar uma carta de esclarecimento aos eleitores sobre a Operação Caixa de Pandora na última sexta-feira (27). No comunicado, em que agradece a confiança da população e reafirma sua inocência, Valente diz que, ao final dos trabalhos da Polícia Federal sobre a investigação da Caixa de Pandora, seu nome “passou longe da conclusão do relatório e muito menos foi arrolado entre aqueles que pertenceriam à chamada quadrilha”.



É verdade que o ex-secretário não foi incluído como membro da citada quadrilha descrita pela PF. Mas seu nome consta, sim, do relatório final elaborado pelo delegado Alfredo Junqueira, responsável pela investigação. Ao longo de dez das 94 páginas do documento, o delegado descreve contrato da empresa Info Educaional com a Secretaria de Educação. E afirma que as informações reunidas pela polícia demonstram a “dinâmica dos pagamentos de propina” no governo.



“Frente a esses indícios, é forçoso atribuir a José Luiz da Silva Valente, Gibrail Nabih Gebrim e Adailton Barreto de Rodrigues a prática das condutas previstas no art. 317, e a Alexandre de Assis Tavares, proprietário da empresa Info Educacional, e Masaya Kondo o que preceitua o art. 333 do Código Penal, sem prejuízo dos crimes licitatórios a serem apurados oportunamente“, diz o relatório, em sua página 30. O artigo 317 do Código Penal trata de nada menos que corrupção passiva.



A citação no relatório da PF rendeu ainda a Valente um processo no conselho de ética do PMDB, seu partido. A executiva regional da legenda encaminhou na semana passada para análise do conselho a situação do ex-secretário, dos distritais Benício Tavares e Roney Nemer, e do ex-assessor do GDF Fábio Simão.



A assessoria de Valente afirma que o relatório da PF não considera a defesa já apresentada pelo ex-secretário ao Superior Tribunal de Justiça sobre o contrato da Info Educacional. E assegura que Valente está tranquilo quanto à sua inocência.

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