terça-feira, 31 de agosto de 2010

Dilma diz que dá "azar" sentar na cadeira do presidente




Leila Suwwan, O Globo



Irritada com a recente safra de críticas políticas e especulações sobre seu eventual governo, a candidata Dilma Rousseff (PT), convocou uma entrevista ontem para rebater seu adversário, José Serra (PSDB) a respeito de investimentos feitos em favelas paulistanas e negar que esteja "sentada" na cadeira de presidente de forma antecipada.



Dilma também aproveitou para defender seu antecessor na Casa Civil, José Dirceu, de uma condenação ao "banimento social" - mas negou que ele seja cotado para assumir um cargo caso o PT se mantenha no Planalto.



Para a presidenciável, todas as reportagens que apuram os bastidores de negociações políticas para a composição de governo são "factóides" e "especulação".



- Eu lamento muito que exista esse nível de distorção a respeito dessa obra de Paraisópolis e de Heliópolis, que é feita com o orçamento geral da União, porque, naquele momento, a prefeitura não tinha condições de se endividar - disse Dilma, que convocou a imprensa para recitar cifras do PAC nas duas favelas.



A petista, que geralmente é poupada de bate-bocas com o adversário, demonstrou impaciência e irritação.



- Eu recebi uma crítica e estou respondendo, geralmente não respondo. Está em todos os jornais: que nós não poderíamos ir em Heliópolis porque nada fizemos lá.



Segundo ela, existem três contratos do PAC para construção e reforma de moradias, além de implantação de infra-estrutura nesses locais, firmados em 2007 e seguindo critérios "republicanos". Em Heliópolis, são investidos R$ 203 milhões , sendo 73% de recursos federais. Em Paraisópolis, são investidos 319 milhões em dois contratos - um deles é parceria com o governo estadual, comandado à época por Serra, e só tem 5% de execução.



(...) Sobre a eventual participação de José Dirceu em seu governo, hipótese que é apresentada na campanha adversária, Dilma afirmou:



- Eu não acho muito provável, porque ele não está participando hoje diretamente da atividade do governo. Agora não estou aqui fazendo uma condenação de José Dirceu.



Dilma, ao defender um julgamento mais rápido do processo do mensalão, cometeu um gafe, e acabou pedindo uma rápida "condenação".



- Acho que, no Brasil, é importante que as pessoas que estejam na situação de José Dirceu sejam condenadas (sic) rapidamente. Para a gente não aplicar aqui uma espécie de banimento social da pessoa. Eu não concordo que seja assim, não está previsto na legislação brasileira a condenação ao banimento. Eu repudio integralmente isso.



(...) Dilma afirmou que o salto alto dá "um azar absurdo".



- Não só não sento na cadeira porque acho um desrespeito com o eleitor como também acho que dá azar. E eu não quero ser azarado como certos lideres políticos que governaram este país - retrucou.

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