Bancada do PT confirma nome de Cabo Patrício como presidenciável da CLDF
Ricardo Taffner
Noelle Oliveira
Publicação: 17/11/2010 08:38 Atualização:
O Partido dos Trabalhadores articula a formação de um consenso para a eleição da Mesa Diretora da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). O objetivo é chegar em 1º de janeiro de 2011 com todos os cargos definidos e evitar qualquer tipo de embate entre os distritais. O primeiro passo para as negociações foi a apresentação do nome da legenda que pleiteará a presidência da Casa: o deputado Cabo Patrício. A bancada petista se reuniu no início da noite de ontem para comunicar a decisão a Agnelo Queiroz (PT). O compromissso foi o último do governador eleito ao longo do dia. Antes, ele teve reuniões com apoiadores da campanha e outras para reforçar promessas, como o encontro com o presidente da Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), Francisco Caputo.
Com a maior bancada da Câmara e o cargo máximo do Executivo brasiliense garantidos nas últimas eleições gerais, o PT se tornou o protagonista das conversas sobre a composição das estruturas políticas para o próximo ano. Por mais que os parlamentares preguem a independência dos poderes, a definição dos cargos no Legislativo dependem das decisões do Executivo. Tanto que o nome do presidenciável foi lançado com a bênção de Agnelo. “Com o lançamento da minha candidatura, agora vamos nos preocupar em conversar com os parlamentares da base para formar uma chapa com consenso de união. A Câmara tem espaço para todos os partidos”, afirmou Cabo Patrício.
A divulgação da candidatura de Patrício foi o primeiro passo público para a negociação dos cargos. “Qualquer um dos cinco representantes do partido teria capacidade para presidir a Casa, mas resolvemos homenageá-lo em razão do trabalho dele no cargo durante a crise política”, disse o distrital eleito Chico Vigilante (PT). Agora, os petistas deverão convencer os colegas a cederem a presidência. Uma facilidade para travar esse diálogo está no tamanho da bancada governista, composta por 15 distritais. Outra está na dificuldade de encontrar nomes de outros partidos do grupo que atendam a três requisitos fundamentais: trânsito entre os deputados, ficha limpa e experiência.
Quem desponta é o distrital Alírio Neto (PPS). Presidente da CLDF nos dois primeiros anos da atual legislatura, ele é respeitado por distritais de diferentes siglas. Alírio é vislumbrado como possível líder do governo na Casa, mas não deverá aceitar essa missão. Entre as alternativas, ele poderá pleitear um cargo no primeiro escalão do GDF. As demais vagas da Mesa Diretora também estão na pauta de negociações. Mas a ocupação delas dependerá da formação dos blocos internos.
De acordo com o regimento da Câmara, a composição deve corresponder “tanto quanto possível à proporcionalidade da representação partidária ou de blocos parlamentares”. É essa movimentação que agita os deputados nesse momento. O Democratas estuda se aliar ao PMDB para ter um lugar de destaque. “Só depois de conseguir formar um bloco eu vou ser capaz de avaliar qual será o espaço possível para nós”, diz Eliana Pedrosa (DEM). A distrital aguarda o correligionário Raad Massouh voltar da licença médica para poder definir as alianças.
Para a democrata, o caminho do consenso entre as 17 legendas que compõem a Câmara é o ideal. “Foi assim na maioria das vezes e o governador eleito tem todas as condições para conduzir esse processo”, afirma. Para formar um bloco são necessários, pelo menos, dois partidos, com o mínimo de três distritais no total. Celina Leão (PMN), Washington Mesquita (PSDB) e Olair Francisco (PTdoB) estão juntos e esperam unir mais dois nomes ao grupo. “É uma época de muitas conversas. Nenhuma hipótese está descartada, de consenso ou de disputa. O certo é que a oposição tem de ter um espaço na mesa”, diz Celina.
Comissões
Além da composição da mesa, os parlamentares discutem a distribuição das comissões. O PT corteja as duas principais, a de Constituição e Justiça (CCJ) e a de Economia, Orçamento e Finanças (Ceof). Os petistas também querem a liderança de governo. Um dos nomes cotados é o de Chico Vigilante (PT). Mas a vaga pode sair para outro partido. Caso não consiga ter o pleito atendido, ele poderá se tornar o primeiro líder do partido na Casa. Arlete Sampaio, Chico Leite e Wasny de Roure deverão alternar essa liderança nos três anos restantes.
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