ELEIÇÕES 2010 - DISTRITO FEDERAL
Agnelo Queiroz diz que no seu governo não vai ter mensalão
Ana Maria Campos, Lilian Tahan e Marcelo Tokarsky, do Correio Braziliense
Quase nove quilos mais magro desde o início da campanha, o governador eleito parece ter saído de uma guerra. Agnelo Queiroz (PT) considera ter derrotado no Distrito Federal o coronelismo, uma prática, avalia, já extinta nos rincões do país que caracterizou as administrações e a forma de fazer política de Joaquim Roriz. (PSC). “Há uma substituição dos antigos coronéis. É muito forte isso no Nordeste. Se está acontecendo no nosso país, quanto mais na capital do Brasil”, afirmou Agnelo. Ele, no entanto, prefere não decretar o fim de Roriz. Deixa essa interrogação para os eleitores. “É a população que vai julgar, sobretudo comparar a prática e o governo dele com o nosso”, disse.
Apesar da votação expressiva — o petista saiu da eleição com 66,1% dos votos válidos — , ele tem consciência de que sua performance ocorreu em decorrência da crise política que se abateu sobre o Distrito Federal. Na avaliação do governador eleito, as imagens constrangedoras de dinheiro na meia, na bolsa e em malas que foram parar na televisão por conta da Operação Caixa de Pandora criaram um sentimento de mudança na população da capital do país. Ele conta, nesta entrevista ao Correio, que no início da campanha havia um sentimento muito forte de ceticismo das pessoas. Aos poucos, no entanto, o eleitorado passou a ter esperança. “Essa foi uma transformação maravilhosa”, afirmou.
Um dos erros apontados pela Caixa de Pandora em relação à atuação de seus antecessores, Agnelo promete não cometer. Garante que em sua gestão não haverá negociação de votos com deputados para aprovação de projetos de interesse do Executivo. Ele também avisa que considera um “erro crasso” entregar todos os cargos das administrações regionais para indicação de parlamentares, sem levar em conta critérios de competência e compromisso com o programa de governo. “Uma coisa asseguro: não vou repetir essa prática fracassada, derrotada, para não falar outras palavras. No meu governo, não vai ter mensalão.”
A que o senhor deve esta vitória com 66% dos votos válidos?
Devo ao sentimento de mudança do povo do Distrito Federal. O povo apostou numa mudança. Tive uma vitória muito expressiva do ponto de vista eleitoral. Foram dois terços dos votos. Foi a maior diferença registrada no segundo turno em todo o Brasil. No começo da campanha, a gente percebia, de forma clara, o ceticismo das pessoas com relação à política, sentia como a população estava machucada pelos episódios de corrupção. Mas ao fim da campanha, as pessoas passaram a ter esperança. Essa foi uma transformação maravilhosa. As pessoas passaram de um sentimento de que não tem mais jeito para a esperança. E a vontade de mudar uma forma de governar foi importante. Por isso, nossa responsabilidade é muito grande. Agradeço aos eleitores a confiança. Tenho dimensão da grande responsabilidade.
O senhor considera que as circunstâncias da Operação Caixa de Pandora, que tirou do cenário político um grupo inteiro, facilitaram a sua vitória?
Não digo que facilitaram, mas é evidente que simplificaram um quadro. Na medida em que essas práticas vêm à tona, a população pode compreender com mais nitidez e obviamente também repudia com a mesma veemência. As consequências dessa política são bem anteriores à Operação Caixa de Pandora. É uma prática política, uma concepção de governar incompatível com a capital do Brasil, incompatível com a modernidade e o Brasil de hoje. Nós não estamos mais vendo essa prática nem nos rincões do nosso país. Há uma substituição dos antigos coronéis no interior. É muito forte isso no Nordeste. Se está acontecendo no nosso país, quanto mais na capital do Brasil. Nosso povo exige ética, transparência, planejamento na capital que foi criada para ter desenvolvimento com boa qualidade de vida, respeito ao meio ambiente e funcionamento dos serviços públicos. As pessoas querem política para a juventude. E exigem combate à desigualdade, promoção da qualificação profissional e inserção no mercado de trabalho de forma digna. Quero fazer uma política que tire as pessoas da situação de pobreza, em que se dê oportunidade para a pessoa crescer. Política pública correta é aquela que muda a qualidade de vida das pessoas. É nisso que aposto e é o compromisso que assumimos.
O senhor conseguiu derrotar Joaquim Roriz, um feito inédito no DF. O senhor acredita que seja o fim da carreira política do ex-governador por quatro vezes?
Não sei. Eu mesmo não posso falar isso. É a população que vai julgar, sobretudo comparar a prática e o governo dele com o nosso. Teremos a oportunidade para mostrar que é possível fazer diferente e eu espero que, ao mostrar isso, essa visão, essa concepção de fazer política — vou torcer muito —, não possa mais se repetir aqui na capital do país.
[FOTO2]Depois da vitória petista no domingo, a sua adversária, Weslian Roriz, não fez o tradicional reconhecimento do resultado das urnas, da sua conquista. Ela fez apenas um comunicado de que a família Roriz fará uma “oposição implacável” a seu governo. O senhor avalia que isso pode comprometer o andamento da sua gestão?
Não reconhecer o resultado mostra o grau de compreensão deles sobre o processo democrático. É uma visão limitada que não valoriza a democracia e o resultado soberano nas urnas. Quanto à oposição, acho ótimo que isso ocorra. É bom para a democracia. Ajuda a situação a permanecer vigilante e tensionada, e isso é muito bom. Só nos incentiva a seguir o caminho oposto à prática que foi adotada nesse período que passou.
Durante a campanha, seu vice, Tadeu Filippelli, não foi bem visto pela militância do PT. Depois da eleição, ele chegou a ser vaiado na festa da Esplanada no domingo à noite. Como vai ser o governo com Filippelli, que até hoje é visto como um ex-aliado de Roriz?
Nossa aliança uniu partidos em torno de princípios claros: ganhar a eleição, interromper esse ciclo e começar um novo caminho para o Distrito Federal. Nossa aliança tem princípios. Há algo que não transijo: a questão da ética, da transparência e da participação popular. Temos também um programa de governo. Ao quebrar essa tradição, de que não havia acordo possível entre PMDB e PT, é natural que fiquem alguns ressentimentos. Isso não se quebra assim de uma hora para a outra. Foi excelente toda a compreensão da união para mudar a cidade. Isso, em vez de ser um fator negativo, foi positivo. O presidente Lula fez uma união para mudar o Brasil. Ninguém realiza sozinho. Então, não tem problema nenhum. O episódio de ontem (domingo, na Esplanada) foi isolado. A maioria das pessoas que estava lá aplaudiu. Isso eu não considero um fator dificultador. O que temos de fazer? Provar para a população que essa aliança é para valer, que tem condição de trabalhar com harmonia e de apresentar resultados para o nosso povo. Isso é que vai fazer com que as pessoas compreendam definitivamente a nossa aliança. Se não nos uníssemos, dificilmente ganharíamos a eleição.
Como vai ser o Distrito Federal daqui a quatro anos? Muitos compromissos são maiores do que o orçamento e até do que a capacidade administrativa. O que vai mudar substancialmente?
Essa é uma boa pergunta. Já dá para perceber todo o período de governo. É melhor assim. Queremos ter uma cidade que seja exemplo de gestão pública no Brasil. Esse é um fator essencial para recuperar a nossa autoestima. Temos de ter transparência e instrumentos democráticos de acompanhamento do que é público. Isso para nós é fundamental, é basilar dessa campanha. A outra questão importante é ter uma cidade que respeita profundamente o seu povo, uma cidade civilizada, que respeita as crianças, que tem uma educação de qualidade, serviço público funcionando, um bom transporte público. Até o fim do nosso governo, nós teremos (transporte de qualidade), não tenho dúvida nenhuma, e desestimularemos o uso do carro particular. Queremos também uma segurança pública de qualidade e uma cidade com menos desemprego. Precisamos fazer a política forte para juventude. Queremos uma cidade que respeita todas as faixas etárias, da criança ao idoso, além de um desenvolvimento econômico planejado, no contexto nacional e do Centro-Oeste, e induzido de acordo com a nossa vocação, sem repetir o modelo das grande metrópoles. Há alguns objetivos que não são de apenas um mandato, como a educação integral, por exemplo. Mas não temos dúvida de que vamos fazer em quatro anos na área de educação integral. Ninguém vai retroceder.
Sobre o Plano Diretor de Ordenamento Territorial (Pdot), em que houve denúncias de corrupção na Operação Caixa de Pandora, o que o senhor pensa em fazer?
Ainda não fiz uma análise detida sobre isso. Nós vamos examinar o Pdot, porque, se foi aprovado com tanta suspeita de irregularidade, é importante fazer uma revisão. Se ficar constatado que só a retirada das emendas da Câmara Legislativa é suficiente, o que a Justiça já fez, então tudo bem. Mas temos obrigação de revisar o Pdot e os planos diretores locais das cidades, num debate transparente e com ampla participação popular.
O senhor disse, durante a campanha, que seria o secretário de Saúde. Podemos dizer que, na formação do governo, existe pelo menos um nome escolhido?
Sim. O meu nome como secretário de Saúde é o único que está certo (risos). Mas claro que não serei um secretário de Saúde no sentido clássico. Esse gesto é assim: o governador, por conhecer profundamente o setor e ser um profissional da área, vai dirigir as ações emergenciais durante dois a três meses. Esse trabalho não começa apenas em 1º de janeiro de 2011. Na transição, vamos fazer um diagnóstico sobre o estado da Saúde Pública no DF. Com todas as informações que vamos coletar, chegaremos ao dia da posse com as medidas concretas a ser adotadas. Vou coordenar toda uma equipe, com o peso do governo, para tirar a saúde da UTI e pelo menos colocá-la de pé. Depois disso, começaremos uma mudança estrutural que envolve o modelo de assistência com prioridade na atenção básica. Mudar a gestão dos hospitais, informatizar o atendimento e fazer uma política de valorização dos profissionais da Saúde são algumas medidas estruturais.
Então o senhor terá um secretário de Saúde. Deverá ser um médico?
Essa pessoa tem que conhecer a área tecnicamente. É difícil conhecer profundamente sem ser um profissional da área. E precisa ser um gestor público.
Depois da vitória, o senhor disse que pretende unir a cidade, mas não aceita práticas rorizistas. É possível haver um diálogo com o deputado Jofran Frejat (PR), que é da sua área, mas integrou a chapa adversária?
Possível é. Só não conversa com as pessoas quem não tem confiança em si próprio. Eu converso com todo mundo. A situação é muito grave e precisamos mobilizar todos os setores para tirar a saúde do caos em que se encontra. Onde tiver ajuda, nós vamos bater à porta, com humildade. O importante é prestar uma assistência digna.
O senhor garantiu que não vai aceitar em seu governo quem tem ficha suja. Poderia dar mais algum detalhe sobre a formação do secretariado?
Tem que ser o critério de competência, tem que ter conhecimento da área, compromisso com nosso projeto de mudança. Não queremos projetos-ilhas e pontuais, com atuação autônoma. Queremos um projeto de governo integrado, que priorize o desenvolvimento humano, mesmo nas obras físicas. Por isso, vou dar grande prioridade às obras sociais, sem deixar de concluir as já iniciadas. Não queremos esqueletos, com recursos desperdiçados. Outra prioridade é fazer as creches.
Está de mudança para a residência oficial de Águas Claras?
Ainda não pensei nisso.
O senhor pretende contemplar nas secretarias os 12 partidos que integram a sua base e se uniram para brigar pela vitória do último domingo?
Todos os partidos que estão na aliança vão participar do governo. Não quer dizer que já tenha posição, que seja secretaria ou coisa que o valha. Ajudaram a eleger, vão participar dentro dos critérios estabelecidos e sobre os quais eu já falei. Além dos partidos, é muito importante que no meu governo participem personalidades, gente da sociedade que não tenha partido. Nós queremos ampliar a aliança com a sociedade, para que não fique restrita apenas aos partidos. Tanto é que o esforço de união é com essa visão, de unir o Distrito Federal em torno de grandes projetos para a cidade.
Diante de um passado recente de escândalos de pagamento de mensalão, como será a relação do senhor com a Câmara Legislativa? Como lidar com um Legislativo pulverizado em 17 partidos?
Temos que iniciar uma nova relação com a Câmara Legislativa. Uma coisa asseguro: não vou repetir essa prática fracassada, derrotada, para não falar outras palavras. Fui parlamentar esses anos todos e é evidente que tenho trânsito e compreendo os deputados. A forma como entendo de valorizar os parlamentares é respeitando profundamente o mandato dos deputados como representantes do povo. Mandar projetos com tempo para que eles examinem, dar crédito às iniciativas dos parlamentares, não ficar atropelando os parlamentares, ter uma relação direta comigo… Assim será a relação. Quero valorizá-los de tal maneira que ajudem a construir os programas principais que estão nas nossas propostas. O parlamentar quer o quê? Quer se reeleger, ver o seu trabalho reconhecido, quer crescer. É justo, só que isso deve ser feito por essa via e não pela compra individual de cada voto que há na Câmara. No meu governo, não vai ter mensalão.
O que o senhor pensa de entregar as administrações para os distritais com porteira fechada, situação em que cada distrital fica com ingerência sobre uma cidade?
Isso é um erro crasso. Os parlamentares que têm influência num local vão influenciar. Levantar nomes é natural, parte da política e é legítimo. E se ele ainda me apresenta um perfil que agrada e que tem apoio do parlamentar, que tem força na área, isso é espetacular. Isso é solução, isso não é problema. Só que isso não significa que um parlamentar tenha uma administração com porteira fechada, como se fosse dele. É só observar o percentual de votos. Tem uma parte desse deputado e outra porcentagem de pessoas que não votaram nele. Esse é um governo de coalizão e isso tem que se refletir também na participação das forças políticas que compõem o governo nas administrações. Isso não deve se repetir nem na administração nem nas secretarias. Vivemos uma experiência muito recente com isso e ela não foi boa.
Quanto aos deputados que são empresários, o senhor vai vetar contratos do governo com empresas ligadas a parlamentares?
Vamos tratar os nossos contratos absolutamente dentro da legalidade, na impessoalidade. E não são só os contratos com a participação de deputados, mas qualquer outro, com a presença de órgãos de fiscalização. Não esperar que tenham erros para depois ter de voltar. Vamos escancarar a administração para que o Ministério Público possa acompanhar. Vou reforçar o controle interno. Queremos uma Secretaria de Transparência e Gestão Pública para poder fazer o controle já na fase inicial. Vou reforçar muito a Corregedoria para que tenha capacidade de investigação com carta branca sobre qualquer área de governo, do gabinete do governador à ponta. Também vou reforçar muito a parte de ouvidoria, porque é o governo ouvindo o cidadão que tem uma informação, uma suspeita, uma sugestão. Não quer dizer que sejam só as críticas que possam ser acatadas e levadas a sério.
Um dos nomes para assumir essa secretaria de Transparência e Gestão seria o do ex-advogado-geral da União Álvaro Ribeiro da Costa, que é subprocurador-geral da República aposentado? Ele chegou a ser mencionado por integrantes da sua própria equipe…
Não discutimos nenhum nome, mas esse é um belo nome. Vamos construir essa secretaria. Conversei ontem com o Jorge Hage (ministro-chefe da Controladoria-Geral da União). Ele se colocou à disposição para ajudar na elaboração e na formatação desse setor, já que tem grande experiência no governo federal com as auditorias dos municípios. Ele conhece o caminho. Quero que sejamos um modelo de gestão, aqui é a capital do Brasil. Se a gente tiver um modelo de gestão, de transparência, isso vai ser reproduzido no país inteiro e o que tiver de mais avançado, sem nenhum preconceito — de onde quer que venha, vou adotar. Essa secretaria será vinculada ao governador para ter força e poder se relacionar com qualquer outra área do governo. É uma secretaria muito enxuta, pequena, mas para trabalhar 24 horas por dia. Não é para tratar de um tema transversal quando pinta uma crise. Quero um negócio preventivo. Não sei se a gente consegue, mas precisa sonhar. Se a gente não sonhar, não acreditar, não realiza. Quero ter um portal mais simplificado do que o Portal da Transparência, que é o melhor portal que existe do governo federal.
O senhor vai levar algum deputado distrital ou federal para o governo, dando oportunidade para que suplentes assumam?
Isso pode acontecer, mas não tem relação pré-determinada. Se o deputado federal ou distrital tem um perfil que se adapte perfeitamente ao perfil que a gente quer, competência, conhecimento e compromisso com o programa de governo e ainda é um político é muito bom. Tenho grande preferência e simpatia pelos políticos que têm preparação para determinada área, visão de conjunto. Não tenho nenhum preconceito. O que não vou fazer é tirar artificialmente o cara só porque tem que botar o suplente.
Fora as secretarias tradicionais, o que o senhor pensa em termos de novidade para o primeiro escalão?
Vamos instituir um pequeno grupo para estudar a parte de estruturação administrativa para pensar o governo como um todo. Também não vou abrir mão de uma Secretaria de Meio Ambiente. O desenvolvimento na capital do país tem que ser sustentável. Não vou misturar isso com nada.
Com uma indicação do PV?
Não necessariamente, mas pode ser. Não tratamos ainda. Isso é imperioso, estou falando desde o primeiro turno, não é por conta do apoio do PV no segundo turno. Defendo isso porque essa é uma cidade que tem de primar pelo desenvolvimento, mantendo os recursos naturais, as nossas bacias, os mananciais, as nascentes. Vamos, inclusive, introduzir novidades nesse sentido, pagando quem protege as nascentes. O maior investimento que a gente pode fazer é separar esses espaços e ter alguém ganhando para cuidar. Isso é investimento. É apostar no futuro. O (Rio) Descoberto já tem um grau de assoreamento muito forte, não podemos deixar mais essas invasões e parcelamentos nas áreas de proteção ambiental.
O senhor vai apostar em soluções caseiras para construir o secretariado ou vai buscar nomes fora da capital?
De preferência nomes daqui. Mas, com a maior franqueza, ainda não pensei em nomes. A gente estava totalmente focado na eleição e, se abre uma porteira dessa para falar de governo, aí não pensavam mais na disputa. Seria dar um tiro no pé discutir isso antes. Só tem que discutir governo, se você ganhar o governo. Preferencialmente, temos muitos recursos humanos de capacidade na nossa cidade. Excepcionalmente, se tiver um quadro que se adapte… Até porque na política nunca é oito ou 80. Se tem um nome de fora com estatura, que se adapte e que a cidade reconheça, não tem como recusar. Mas a preferência é total para os nomes da cidade.
O senhor falou em criar a Secretaria de Meio Ambiente, a de Transparência, a da Copa…
A Secretaria da Copa não está madura. Tem duas estruturas, a de esportes e de infraestrutura. Não amadureci isso e provavelmente não seja necessário. Não me detive sobre isso, mas como é uma área que conheço pela vivência que tive como ministro do Esporte, pode não ser necessário, sobretudo Brasília não sendo a sede da abertura da Copa de 2014.
O senhor trabalha com um número-limite de secretarias? Pretende extinguir alguma pasta?
Vou trabalhar muito com a necessidade. Dificilmente, terá aumento de estrutura. As secretarias serão remanejadas. As políticas têm áreas que precisam receber uma dedicação, uma estatura do debate. Penso em ter uma estrutura muito enxuta que pense o Distrito Federal, o desenvolvimento estratégico. Um instrumento como esse precisa de meia dúzia de pessoas num órgão com status de secretaria. É uma credencial para que essas pessoas se relacionem com a universidade, com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), dentro ou fora do Brasil. Quem vai debater isso é a sociedade, é a inteligência da sociedade para pensar os próximos 50 anos, para evitar ações isoladas. Qual é a vocação do DF para os próximos 50 anos? É o que pretendemos pensar.
Como será chamada uma secretaria como essa?
No governo federal, o nome da área é Assuntos Estratégicos.
A primeira-dama, Ilza Maria, terá um papel formal no governo? Ela vai assumir alguma secretaria?
Não sei, ainda não pensei nisso. Tenho que conversar com ela. Ela é médica, ginecologista e obstetra da rede pública.
Como fica o processo contra Roriz que tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com questionamentos sobre suposto uso da máquina administrativa da Caesb na campanha dele de 2006 ao Senado?
Continua. Já não temos mais domínio. Foi movido pelo PCdoB. Só o partido pode falar. Se ganhar, quem ganha é o Messias de Souza (que concorreu como primeiro suplente na chapa em que Agnelo disputou uma vaga de senador).
Mas o senador Gim Argello (PTB), que herdou o mandato é quem perde e ele é seu aliado…
É… Mas tem de perguntar ao PCdoB.
Da redação Blog em 02/11/2010 10:14:32
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