Ex-governador Rogério Rosso comandará o PSD no DF
Enviado por Carlos Honorato
O ex-governador Rogério Rosso será o presidente do PSD-DF. Rogério, que já pediu a desfiliação do PMDB, vai comandar o processo de organização do partido do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, no Distrito Federal. Algumas pessoas que já vinham conversando com os dirigentes do PSD deverão se juntar numa grande campanha para o fortalecimento do partido no DF.
Carta de desfiliação de Rogério do PMDB-DF
Ao Presidente Regional do PMDB do Distrito Federal e aos militantes do partido
Brasília-DF, 25 de maio de 2011
Ao completar cinco anos de filiação partidária junto ao PMDB-DF, com vistas, à época, ao egresso no cenário político local como candidato a uma cadeira na Câmara dos Deputados, aproveito esta oportunidade para fazer um pequeno balanço de minha vida político-partidária junto à maior legenda do Brasil.
Neste período relativamente curto de vida pública, em comparação a grandes nomes da política brasiliense que já estiveram ou estão filiados ao PMDB, me alegro em constatar a minha contribuição positiva para com o Partido e em prol da Capital Federal. Conquistei exatos 51.013 votos na primeira eleição que disputei, o que representou cerca de 4% do universo eleitoral de Brasília, contribuindo diretamente para a vitória de uma bancada que passou a representar os interesses da Capital Federal sob a responsabilidade do PMDB na Câmara dos Deputados.
Nessa reflexão também há espaço para reconhecer minhas fraquezas. Humildemente reconheço que não agradei a todos os interesses, mas me orgulho de ter agradado à grande parcela da população brasiliense, alvo de meu trabalho incansável nos exatos 257 dias à frente do Governo do Distrito Federal. Me orgulho ainda mais de ter fracassado, em alguns momentos, pelas inúmeras e incansáveis tentativas em seguir insistentemente firme no meu ideal de fazer de Brasília uma cidade melhor para os brasilienses e o Brasil.
Tarefa esta que a mim foi confiada pela direção do meu Partido e pela qual desempenhei papel fundamental para trazer Brasília de volta à normalidade institucional, repelindo de forma enérgica o fantasma da intervenção que pairava sobre nossas cabeças às vésperas do cinqüentenário da nossa capital.
Em meio ao processo eleitoral de 2010, coloquei o meu nome à disposição do Partido para as prévias que definiriam o papel do PMDB nas eleições majoritárias ao Palácio do Buriti. Apesar das divergências com a Direção Regional do Partido, naturais para o engrandecimento do processo político, fui vencido e aceitei a derrota. Tenho a convicção de que o mais importante para o debate político-partidário é a democracia, e assim foi feito com relação à participação da legenda na composição de alianças para a disputa pela minha sucessão à frente do GDF.
Porém, jamais traí os compromissos da minha consciência e da minha responsabilidade em governar em prol da população da Capital do País. Mantive a máquina pública perfeitamente isenta durante o curso de todo o processo eleitoral para a minha sucessão. A posição pessoal que tomei em nenhum momento foi transpassada aos órgãos do Governo. Pelo contrário, todos os órgãos foram orientados a agir rigorosamente dentro dos critérios de transparência e imparcialidade recomendados pela Justiça Eleitoral durante o período das eleições. Fui rigoroso inclusive ao coibir diretamente qualquer tipo de desvirtuamento das recomendações legais ou qualquer outro ato que pudesse macular o processo eleitoral em curso.
Assim, procurei colaborar de forma expressiva para entregar ao meu sucessor uma máquina administrativa em condições infinitamente melhores do que a que recebi por meio da eleição indireta logo após a mais grave crise institucional que acometeu Brasília. Antes mesmo do encerramento do primeiro turno das eleições, criei uma comissão intergovernamental que tratou de todo o processo relativo à transição de governo, uma iniciativa inédita no âmbito do Poder Executivo. O novo governo eleito de forma direta teve acesso irrestrito e direto a todas as informações necessárias ao curso de suas primeiras medidas em prol da sociedade brasiliense que o legitimou à frente do comando do Palácio do Buriti.
Portanto, entendo que dei minha melhor contribuição aos quadros do PMDB-DF, participando ativamente da epopéia dos sonhadores que não se esmoreceram diante dos riscos de lutar pelos ideais do nosso Partido, em busca da democracia, com liberdade e justiça social. Tive, durante esses cinco anos, a oportunidade de conviver com a grandeza de figuras ilustres como o nosso o presidente do Congresso Nacional, José Sarney, o vice-presidente da República, Michel Temer, e o atual vice-governador do DF, Nelson Tadeu Filippelli. Com eles e com inúmeras outras figuras de expressão partidária, além dos militantes que considero a alma do PMDB, aprendi a lição mais importante da minha vida partidária: colocar, sempre, os interesses do meu País e da minha Capital muita acima de nós mesmos, em caminho inverso ao de interesses próprios e projetos de poder maior.
Por acreditar fielmente nesse projeto e nessa convicção de vida pessoal e político-partidária e que venho, por meio desta carta, comunicar a minha desfiliação que tem o objetivo de evitar qualquer tipo de constrangimento ao Partido, seus filiados e sua militância. Saio em busca de outros caminhos que me permitam continuar lutando pelos meus ideais em prol, prioritariamente, de atender aos anseios do povo brasiliense.
Muito obrigado a todos. Respeitosamente,
Rogério Schumann Rosso
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