sexta-feira, 20 de maio de 2011

Pedido de vista interrompe julgamento de Bandarra e Guerner


Da redação em 19/05/2011 19:22:53



Um pedido de vista da desembargadora Ângela Catão suspendeu nesta quinta-feira o julgamento dos promotores Leonardo Bandarra e Deborah Guerner. O julgamento ocorria a portas fechadas no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília. O TRF1 ainda não informou qual era a votação no momento em que o julgamento foi interrompido. Os dois acusados estavam presentes no julgamento, assim como o marido de Deborah, Jorge Guerner.



Os desembargadores do Conselho Especial analisavam o recebimento de duas denúncias contra Bandarra e Guerner e poderão abrir processo criminal contra os promotores. Eles são acusados de concussão (ato de exigir dinheiro ou vantagem em razão da função), violação de sigilo funcional, formação de quadrilha e extorsão.



Na última terça-feira, Bandarra e Guerner sofreram a punição administrativa máxima permitida a membros do Ministério Público. O Conselho Nacional do Ministério Público decidiu, por maioria, demiti-los dos cargos. A demissão ainda precisa ser confirmada pela Justiça Federal.



Bandarra e Guerner são acusados de participarem do esquema de corrupção revelado pela Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, no fim de 2009. Eles teriam extorquido o então governador José Roberto Arruda para não revelarem vídeo em que Arruda recebe dinheiro ilegal. No final de abril, Guerner e seu marido foram presos por terem forjado insanidade mental em exames médicos feitos pela Justiça.



O mensalão do DEM



O chamado mensalão do DEM, cujos vídeos foram divulgados no final de 2009, é resultado das investigações da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. O esquema de desvio de recursos públicos envolvia empresas de tecnologia para o pagamento de propina a deputados da base aliada.



O então governador José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) aparece em um dos vídeos recebendo maços de dinheiro. As imagens foram gravadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que, na condição de réu em 37 processos, denunciou o esquema por conta da delação premiada. Em sua defesa, Arruda afirmou que os recursos recebidos durante a campanha foram "regularmente registrados e contabilizados". Em meio ao escândalo, ele deixou o Democratas.



As investigações da Operação Caixa de Pandora apontam indícios de que Arruda, assessores, deputados e empresários podem ter cometido os crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, crime eleitoral e crime tributário.



Acusado de tentar subornar o jornalista Edmilson Edson dos Santos, o Sombra, testemunha do caso, Arruda foi preso preventivamente em fevereiro de 2010, por determinação do Superior Tribunal de Justiça, que ainda o afastou do cargo de governador. Ele ficou preso por dois meses e, neste período, teve o mandato cassado por desfiliação partidária.Informações da Agência Brasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário