Vestindo a Camisa

Dilma já colheu a primeira vitória no debate, antes dele começar




A conjuntura política é toda favorável à Dilma, e Serra está numa situação que praticamente é impossível ele vencer o debate, por mais que conseguisse se sair bem.



Dilma vai ao debate com uma pesquisa debaixo do braço que lhe dá 10 pontos à frente de Serra. Outras duas pesquisas lhe dão vitória, e uma terceira, lhe dá empate. Por isso, Dilma é vista como o fato novo da eleição, é vista como esperança, com otimismo. Só isso já lhe dá uma enorme vantagem.



Serra se não atacar, perde o debate, porque vira um passeio para Dilma desfilar as conquistas do governo Lula.



Se Serra atacar, também perde, porque vira um ataque ao governo Lula, reforça o caráter de oposição de sua candidatura. Mesmo que tente ataques pessoais dirigidos à Dilma, soará como apelação, baixa o nível da campanha.



Se insistir com picuinhas como supostos "dossiês", sairá encolhido, e mostrará que não está à altura de ser um presidente da República.



E Serra perde também quando se defender. Terá que defender FHC, ou negá-lo. Em qualquer dos casos ele perde.



Os menores danos seria fugir do confronto. Fazer só colocações propositivas no debate, evitando o rótulo de candidato da oposição. Mas também perde, porque Serra não empolga ninguém. Por mais que Serra prometa, suas promessas mirabolantes não tem credibilidade e já tem cheiro de môfo do governo FHC, do qual os brasileiros querem deixar para o passado.



A cara do presente e do futuro é Dilma, a novidade, a esperança, e com confiança da população devido à aprovação do presidente Lula.



Se Dilma dissesse apenas "boa noite" e "obrigado" já venceria o debate. Se disser "sou candidata a fazer o terceiro mandato de Lula", vencerá de goleada.



Mas Dilma é boa debatedora, como já demonstrou ao enfrentar a oposição raivosa no congresso. Vai defender como uma leoa as conquistas do governo Lula, e mostrar o que vem por aí, nos próximos anos, com um Brasil desenvolvido e para todos, muito diferente do Brasil quebrado e no FMI de 2002.