Vestindo a Camisa

Manobra de Roriz pode custar a perda de apoio político do Democratas





Isabel Paz



isabel.paz@jornaldebrasilia.com.br











O ex-governador Joaquim Roriz (PSC) corre o risco de perder o apoio de um antigo aliado nacional, o DEM. Com intenção de isolar o deputado federal Alberto Fraga (DEM) – candidato a vaga do Senado – do grupo que compõe a chapa majoritária da coligação Esperança Renovada, Roriz convocou uma reunião em sua casa, ontem, para tentar trocar a indicação de Fraga pela deputada distrital Eliana Pedrosa (DEM) – situação que não encontra amparo na legislação eleitoral. O objetivo seria dar fim à crise interna provocada por Roriz, quando, no início da semana passada, determinou a Fraga que não participasse de seu palanque pelo período de 30 dias, alegando incompatibilidade de eleitorado.











Fraga, que tem bom relacionamento com o diretório nacional do partido, busca apoio do presidente nacional, Rodrigo Maia, com quem tem uma reunião marcada para amanhã, em Brasília. Sem cogitar a possibilidade de deixar o pleito, Fraga se apega à legislação para conter os ataques. "Quem manda no nosso partido é o DEM e não Roriz".











Com eleitorados distintos, Roriz e Fraga entram em combate e as diferenças ideológicas dificultam a continuidade da parceria. "Não compactuo e não estou do lado da ilegalidade", diz Fraga, confrontando o discurso de Roriz que, em visita às bases, se posiciona favorável ao retorno dos camelôs, distribuição de lotes em área ambiental e à volta das vans – combatida por Fraga, quando esteve à frente da Secretaria de Transportes.











Desde que integrou a coligação PSC-PR, Fraga sofreu resistência dos simpatizantes de Roriz. Sempre que subia no palanque recebia vaias e retrucava: "Vaia de bandido para mim é aplauso". Mas apesar de não se sentir intimidado, a pressão teve resultado: o anúncio da retirada do apoio à candidatura de Roriz.