sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Petistas superam oponentes em arrecadação




Exceção é São Paulo, onde Alckmin arrecadou muito mais que Mercadante



Roberto Maltchik



Entre os petistas, não é apenas a candidata do partido à Presidência, Dilma Rousseff, que desponta como a preferida dos doadores neste primeiro mês de campanha oficial. Em três estados onde a disputa é acirrada e os programas de TV podem ter papel decisivo — Rio Grande do Sul, Pará e Bahia —, os petistas também lideram o ranking de arrecadações declaradas à Justiça Eleitoral.



Mas na disputa pelo governo de São Paulo o PT ficou bem atrás não apenas nas pesquisas: favorito, com chance de se eleger no primeiro tucano, o tucano Geraldo Alckmin já arrecadou R$ 5 milhões contra R$ 840 mil de Aloizio Mercadante (PT).



No Rio Grande do Sul, o petista Tarso Genro abriu larga vantagem financeira sobre o principal adversário, o peemedebista José Fogaça, que era prefeito de Porto Alegre até março. Tarso já conseguiu arrecadar praticamente o dobro: R$ 1,3 milhão contra R$ 639 mil de Fogaça.



A coordenação financeira da campanha do PMDB já fez as contas e garante: não terá fôlego para alcançar os R$ 14 milhões orçados inicialmente para a disputa. Já o coordenador financeiro do PT, Estilac Xavier, ainda persegue a meta de levantar R$ 10 milhões para os três meses de campanha.



— Este começo foi difícil. Até o mau tempo prejudicou. Esperamos arrecadar bem mais a partir de agora — diz Xavier.



No Pará, a disparidade é ainda maior. A arrecadação da candidata à reeleição, Ana Julia Carepa (PT), é 216% maior do que a do principal adversário, Simão Jatene (PSDB): R$ 987 mil contra R$ 312 mil. A campanha de Jatene diz que a arrecadação seria ainda menor se não houvesse o apoio do diretório nacional do partido.



O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), diz que $empresários preferem doar para o partido, que redistribui verbas às candidaturas, prática que facilita a doação oculta. Guerra nega que esteja faltando dinheiro no ninho tucano:



— Não está sobrando dinheiro, mas nos próximos balancetes as coisas vão ficar mais claras — afirmou.



Na Bahia, mesmo em terceiro lugar nas pesquisas, Geddel Vieira Lima (PMDB) disputa cada centavo com o candidato à reeleição, Jaques Wagner (PT). Ainda assim, até o último dia 3, o petista havia arrecadado R$ 1,8 milhão contra R$ 1,5 milhão do peemedebista. Mas os gastos se equivalem: R$ 1,3 milhão para cada um.



Nenhuma das assessorias dos revela de onde vem o dinheiro. A Justiça Eleitoral só obriga a revelação dos doadores no fim da disputa, na prestação de contas definitiva.



A expectativa do Tribunal Superior Eleitoral é receber até hoje a primeira prestação parcial de contas da todos os candidatos nesta eleição, cerca de 20 mil.

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