segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Roriz cobra fidelidade ao DEM




Em reunião com os dirigentes do Democratas, candidato PSC reclamou da postura de Fraga, que abandonou sua campanha



Ana Maria Campos



Publicação: 02/08/2010 07:45



Em reação às declarações do deputado federal Alberto Fraga (DEM) de abandono à sua campanha, o ex-governador Joaquim Roriz (PSC) reuniu ontem dirigentes do Democratas para cobrar uma postura de aliado. Na conversa, uma possível substituição da candidatura ao Senado chegou a ser discutida, mas emprincípio descartada por três motivos: a dificuldade legal de contrariar a convenção regional do DEM, uma reação dos democratas em aceitar interferência externa e o receio de criar uma crise maior com a intervenção da direção nacional do partido. Roriz reclamou da postura de Fraga ao presidente regional do DEM, senador Adelmir Santana, ao secretário-geral, Flávio Couri, ao ex-deputado Osório Adriano e ao distrital Raad Massouh. Também esteve presente à reunião o deputado Jofran Frejat (PR), candidato a vice na chapa de Roriz. Na disputa por uma vaga de deputado federal, o ex-secretário de Ordem Pública Roberto Giffoni também passou na casa de Roriz, no Park Way.





Cansado das vaias nos comícios de Roriz, o deputado Alberto Fraga anunciou publicamente que não fará mais campanha ao lado dele: ação orquestrada

Os democratas passaram o dia em discussões sobre como proceder daqui para frente numa campanha desorganizada e sem a união do partido. Amanhã, a executiva regional vai se reunir oficialmente para deliberar sobre o assunto. Em entrevista exclusiva ao Correio, publicada ontem, Fraga anunciou que não fará mais campanha ao lado de Roriz. Não frequentará comícios e nem participará do corpo a corpo com o eleitorado ao lado dele. Ele reclama de uma suposta ação orquestrada para desgastá-lo, envolvendo donos de vans e taxistas.



Em vários eventos de campanha de Roriz, Fraga foi vaiado e saiu irritado. Com a sensação de estranho no ninho, ele declarou que a volta do ex-governador ao Palácio do Buriti significará o retorno da ilegalidade, com invasões, vans irregulares e ambulantes. Assume, assim, justamente o discurso que José Roberto Arruda faria se concorresse contra Roriz. O secretário-geral do DEM disse ontem ao Correio que a iniciativa de Fraga criou mal-estar para o partido, mas não se cogita substituí-lo na candidatura ao Senado. “Houve uma situação muito ruim. O Fraga é intempestivo. Não podemos sair discutindo com um aliado, mas também respeitamos o nosso candidato ao Senado”, disse Couri.



Fraga não cogita deixar o posto, mas a legislação eleitoral abre a possibilidade para mudanças até a próxima quarta-feira. Se quiser e houver consenso na legenda, ele poderá trocar a sua candidatura ao Senado por uma vaga na Câmara Federal. Nesse caso, o senador Adelmir Santana e a deputada distrital Eliana Pedrosa são as alternativas para substituir Fraga. “Só existem três formas de trocar um candidato ao Senado: renúncia, morte ou impugnação e eu não vou renunciar”, afirma Fraga.



Roriz não quis comentar ontem as declarações de seu “aliado”. Frejat também evitou tratar do assunto publicamente. O coordenador da campanha do ex-governador, Paulo Fona, afirmou que a reação de Fraga é desproporcional. “O ex-governador sempre buscou a união e nunca incentivou hostilidades. Sempre que havia vaias, ele pedia unidade”, destacou Fona. Não é o que pensam Fraga e seus aliados na campanha. A avaliação é de que Roriz conspira contra ele e só pede votos para eleger a ex-governadora Maria de Lourdes Abadia (PSDB), a outra concorrente ao Senado da coligação.

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