Oposição rachada entre o grupo paulista de Serra e o resto do Brasil
O discurso da derrota feito por José Serra ontem, continuou o tom agressivo que teve na campanha, e ameaçou a população brasileira e até tucanos moderados com um "até breve".
Serra fez jus à sua fama de desagregador quando só agradeceu seu núcleo duro paulista, e alguns fiéis escudeiros (como Sérgio Guerra, Jarbas Vasconcelos). Na prática, com sua costumeira truculência, mandou um recado para Aécio ao ignorá-lo: o PSDB é dele (quando muito aceita dividir com Alckmin, na cabeça de Serra). É claro que falta combinar com o resto do PSDB do resto do Brasil mas, enfim, isso é problema dos demo-tucanos.
O que interessa é que o clima beligerante que José Serra quis impor, já no primeiro discurso, contra o governo Dilma, não encontrará eco nem entre os demo-tucanos.
O PSDB saiu da eleição com poder regional, elegeu mais governadores, mas saiu com menos poder nacional, com bancadas menores na Câmara e no Senado.
Aos governadores demo-tucanos eleitos, não interessa fazer uma oposição raivosa ao governo federal (como não interessou ao próprio Serra quando foi governador, fazer oposição frontal a Lula). Alckmin, Richa, Perillo, Simão Jatene, tem mais expectativa na própria reeleição em 2014 do que em vôos ao poder nacional.
Também não interessará muito aos governadores declarar guerra nacional contra partidos que lhes fazem oposição nas Assembléias Legislativas.
Nesse contexto, arroubos de oposição raivosa ficarão restritos à artigos nos jornais, escritos por José Serra e FHC, para demarcar território.
A oposição no Congresso deverá ser mais moderada. Deverá fazer críticas mais pontuais, e negociar mais conquistas para os governadores de seus partidos. Não causará surpresa se vermos um "fisiologismo de oposição", negociando votos a troco de verbas para os estados.
Mesmo assim, é bem provável que a imprensa tente manter o clima de beligerância dando mais espaço aos poucos radicais da oposição.
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