domingo, 15 de maio de 2011

Paulo Tadeu: "não sou o todo-poderoso"


Daise Lisboa, Jornal da Comunidade


O secretário de Governo do Distrito Federal, Paulo Tadeu recebeu mais uma responsabilidade ao acumular em sua pasta a Casa Civil. A determinação do governador, de acordo com Tadeu, permite que o trabalho conjunto das duas pastas centralizem ações para dar mais dinâmica num trabalho conjunto, possibilitando ao governo mais agilidade e que melhore as suas articulações.




Tadeu diz que a Secretaria de Governo está preparada para essa missão e reafirma que não está se sentindo o “todo poderoso” como se tem dito por aí. “Não concordamos com esse símbolo que nos atribuíram, não ficamos envaidecidos, e não nos sentimos poderosos. Quem de fato é o poderoso é o governador Agnelo Queiroz que foi eleito para isso. Nós o auxiliamos nas tarefas e missões que ele nos delega”, garante. Paulo Tadeu diz que está no governo para ajudar e vai continuar nessa missão. “O que ganhamos foi mais trabalho e mais responsabilidade. E não mais poder, como ‘alguns’ acham”.



Como fica a Secretaria de Governo acumulando as atribuições da pasta da Casa Civil?



Na realidade, desde o primeiro momento quando nós assumimos o governo, ficou estabelecido pelo governador Agnelo Queiroz as atribuições da Secretaria de Governo e da Casa Civil. São atribuições que se somam, nunca se separaram e nem se dividem.



Quais são as atribuições de cada uma?



À Secretaria de Governo cabe as articulações políticas que entre as várias secretarias e administrações regionais, bem como instituições como a Câmara Legislativa, o Governo Federal, a Câmara dos Deputados, Senado e por aí vai. À Casa Civil cabe as articulações referentes à gestão pública, bem como as articulações do ponto de vista da gestão de diversos setores, do governo. Então, uma coisa anda junto com a outra.



O senhor poderia citar exemplos das funções da Secretaria de Governo?



Como eu disse, à Secretaria de Governo cabe fazer as várias articulações dentro do governo e do governo para fora. Então, uma determinada política pública, como a de resíduos sólidos, que envolve várias secretarias e órgãos do governo. Cabe à Casa Civil fazer a análise da gestão que está sendo implementada nesse setor e ao mesmo tempo acompanhar se o calendário estabelecido para aquela política pública está sendo cumprida.



Então, o que vai acontecer agora?



A nova Secretaria de Governo vai fazer as duas ações: ao mesmo tempo que vai articular a política ela vai acompanhar a gestão e, evidentemente, fazer a avaliação para saber se aquele trabalho e a missão está sendo cumprida a contento, conforme foi determinado pelo governador.



A saída do antigo secretário Jacques Pena foi estratégica?



Sim. O que ocorreu foi que o secretário Jacques Pena foi convidado para uma nova missão, estratégica para o governo, que é o desenvolvimento econômico. Todo mundo sabe que hoje Brasília tem um dos maiores índices de desemprego do país, uma das maiores taxas de desigualdade social do Brasil e o desenvolvimento econômico é prioridade para a nossa cidade. O Jacques vinha fazendo um trabalho da organização da Casa Civil, um trabalho que eu particularmente considero bom, porém ele teve de assumir essa missão. E aí o governador entendeu que a Secretaria de Governo tem condições de somar-se à própria Casa Civil de centralizar ações para dar uma dinâmica que possibilite o governo ter agilidade, melhorar as suas articulações.



A sua pasta está preparada para assumir essa missão dupla?



A Secretaria de Governo está preparada sim, para essa missão, e queremos reafirmar que não estamos nos sentindo os “todos poderosos” como se tem dito por aí. Esse símbolo procuram nos atribuir, não concordamos com ele, não ficamos envaidecidos, e não nos sentimos poderosos. Quem de fato é o poderoso é o governador Agnelo Queiroz que foi eleito para isso. Nós auxiliamos o governador nas tarefas e missões que ele nos (secretários, administradores, dirigentes de estatais) delega. Nós estamos aqui para ajudar e vamos continuar nessa missão. O que ganhamos foi mais trabalho e mais responsabilidade. E não mais poder, como ‘alguns’ acham.



Então a união das pastas não sobrecarregou suas atividades?



Não, de jeito algum. Porque as tarefas se somam. O que vai acontecer a partir de agora, é uma centralização de comando com o objetivo de ganhar agilidade nas decisões e ao mesmo tempo na implementação das tarefas que nos são colocadas.



Como tem sido o relacionamento do GDF com a Câmara Legislativa?



Primeiro temos de entender que a Câmara Legislativa é independente e autônoma. Ela é importantíssima para o bem-estar da população do Distrito Federal, para o andamento das políticas públicas, para que haja uma harmonia entre os poderes, entre a Câmara e o Poder Executivo. O governo respeita a Câmara Legislativa e seus parlamentares, entendemos que ambos estão iniciando um trabalho. Estamos ainda, eu diria, reconhecendo o terreno, e até o momento a gente tem tido uma relação madura, profícua, e de muita responsabilidade com os interesses da população do Distrito Federal. É necessário alguns ajustes para melhorar esse entrosamento, essa relação. Isso vai acontecer com o passar dos dias, dos meses. Mas o Governo do Distrito Federal tem uma avalização extremamente positiva desse relacionamento entre Câmara e o GDF. A gente entende que a Câmara cumpre o seu papel de fiscalizar, de sugerir, de propor e aprovar as matérias que são encaminhadas à Câmara. E até o momento o governo só tem elogios a fazer aos deputados e à Câmara.



Não há distinção dos deputados?



Vou ser muito franco. Tanto a bancado do governo como a de oposição tem cumprido seu papel. Ela está chegando agora, a maioria é de novos parlamentares e as coisas estão se assentando. Eu particularmente entendo que essa Casa tem tudo para dar certo.



Que outras ações a sua pasta tem estendido para atender à população do DF?



Nesse momento temos construído, por meio da Secretaria de Governo, um planejamento estratégico. O governo tem direção e sabe aonde quer chegar. As nossas prioridades hoje estão assentadas em cima da melhoria da saúde pública. Vamos trabalhar com o secretário de Saúde, Rafael Aguiar Barbosa que junto com o governador tem feito um esforço enorme para que possamos recuperar a saúde do DF. Estamos cientes de que isso não vai acontecer de uma hora para a outra, mas os resultados vão aparecer. A população de Brasília pode ter certeza que os resultados vão aparecer com essa nova gestão que assumiu o GDF no dia 1º de janeiro de 2011. Além disso, vimos preparando por meio da pauta da Copa do Mundo, uma série de melhorias para a cidade.



O senhor poderia fazer um resumo e enumerá-las?



Por exemplo, na mobilidade urbana do Distrito Federal. Hoje, estamos observando o caos do trânsito, a qualidade do transporte público que é uma negação, e o governo vem tomando uma série de providências.



Que ações estão previstas para a melhoria da mobilidade urbana?



No que se refere à mobilidade, o governo local hoje junto ao federal vem fazendo uma série de projetos que deverão ser aprovados em meados de julho, que vai destinar ao Distrito Federal um investimento na ordem de R$ 2 bilhões e 400 milhões para que possamos fazer um Veículo leve sobre pneus (VLP) até Planaltina, passando por Sobradinho, outro com percurso até a cidade do Gama, passando pelo Riacho Fundo e Recando das Emas. Outro que sai do Sol Nascente, na Ceilândia, e venha até o Plano Piloto. Além disso, tem a ampliação do metrô nas pontas da Ceilândia, Samambaia e aqui, no início da Asa Norte. Nós pretendemos com essas medidas melhorar muito essa mobilidade urbana da nossa cidade. Do ponto de vista do transporte público, com a chegada das linhas exclusivas para Planaltina, Celiândia e Gama, pretendemos dar uma melhorada considerável no transporte público do Distrito Federal.



Qual o ponto principal dessa estratégia?



Queremos oferecer transporte de qualidade para que a população deixe de utilizar o transporte individual para utilizar o transporte público. Mas isso só vai acontecer quando a população tiver confiança no transporte público. E é isso o que o governo quer fazer nos próximos meses, nos próximos anos, que é melhorar o transporte urbano.



Esse investimento também tem foco na Copa do Mundo que terá o Brasil como sede?



Sim. Ao mesmo tempo, evidentemente, por meio da pauta da Copa do Mundo, avançarmos na segurança pública da nossa cidade, que é uma reivindicação da população. Temos confiança nos nossos profissionais, na Polícia Civil de Brasília, na Polícia Militar e em todos os demais setores da segurança pública do DF. Temos aqui os melhores profissionais do Brasil. O que precisamos é portanto, é fazer com que haja uma articulação entre os vários setores e que todo mundo realmente possa remar para a mesma direção.

E essa é a missão do novo secretário de Segurança junto ao chefe de pasta como da Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Detran.





Outras pastas também estarão engajadas nesse planejamento? Quais?



Podemos pegar em outras áreas, como a política de educação, uma vez que o GDF junto ao Ministério de Educação vem trabalhando na possibilidade de construir nos próximos meses 50 creches no Distrito Federal e tirar Brasília desse limbo. Porque aí a educação vai começar da própria creche. Queremos também e já estamos em fase bastante adiantada de implementação de escolas técnicas. A ideia é que o Distrito Federal receba escolas técnicas em todas as cidades.



Em quais outras medidas o GDF está investindo?



Também estamos trabalhando para avançar na política habitacional. A ideia é que a gente construa nos próximos anos no DF em parceria com o governo federal, 100 mil novas unidades habitacionais. O secretário Geraldo Magela está responsável por essa pasta e temos confiança – apesar de os números serem bastante ousados –, para atingir essa meta.



E quanto à área social?



A secretária Arlete Sampaio junto ao secretário da Criança e demais pastas, estamos procurando construir um série de ações que possibilitem, por exemplo, o fim do Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje) que é uma vergonha para essa cidade. O Caje que tem a função de recuperar e ressocializar a criança e o adolescente, ele tem se transformado numa verdadeira faculdade do crime. Então, precisamos mudar esse conceito de tratamento de nossas crianças e dos nossos adolescente e da população de rua. Estamos muito confiantes de que essas ações estão sendo implementadas e logo logo os efeitos dessas políticas sociais estarão muito cristalizadas no Distrito Federal.



Isso pode ser estendido ainda mais?



Claro, com a ampliação dos restaurantes comunitários, dos CAS em várias cidades do DF. Temos confiança de que esses investimentos ma área social serão prioridade em nosso governo. É um governo de esquerda, é um governo que tem compromisso com o ser humano e nós estamos firmes nessa construção. Eu poderia citar outras áreas que estão sendo trabalhadas como cultura, juventude, a questão da mulher e evidentemente que vamos avançar sempre nesse sentido. Mas é bom lembrar à população, apesar de muita gente não gostar, que a gente recebeu uma ‘herança bastante perversa’.



Como o senhor descreve essa herança?



A gente sentiu na pele o retrato que nós visualizamos no dia 31 de dezembro do ano passado. O que cabe a nós nesse governo, é mostrar um novo retrato, tirar Brasília desses índices que nos envergonham, como a cidade como o maior índice de desemprego, com o maior índice de desigualdade social. Portanto a determinação do governador que será seguida por todos os secretários e administradores, é que mude ao final dos quatro anos de governo esse retrato. Ao mesmo tempo estamos com um pacote de obras em todas as cidades coordenado pelo secretário Luiz Carlos Pitiman, de Obras, trabalhando junto ao vice-governador Tadeu Filippelli que vem desenvolvendo toda uma estrutura para o setor de obras, e portanto há um verdadeiro mutirão de todas as pastas do governo no sentido de recuperar essa cidade, fazendo com que a capital do país possa orgulhar não só aqueles que moram aqui como aqueles que têm a unidade do Distrito Federal como a capital de todos os brasileiros.

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