Patrício (PT): no apagar das luzes?
O Diário da Câmara Legislativa publicou na edição desta sexta-feira (6) suplemento do relatório final da CPI da Corrupção, aquela que andou aos trancos e barrancos no fim da última legislatura. Na época, houve briga para a aprovação do relatório assinado pelo então distrital, Paulo Tadeu (PT), já que a investigação do parlamentar decidiu indiciar mais políticos, inclusive, que o próprio relatório parcial da Polícia Federal.
Na possibilidade do material ter cunho “político-eleitoreiro” na época, a maioria da CPI decidiu, então, desprezar o relatório do petista, hoje secretário de Governo, e aprovar como resultado das investigações o documento assinado pela Polícia Federal. Hoje, porém, o presidente da Câmara, deputado Patrício (PT), aliado de Paulo Tadeu na Casa, decidiu revogar o relatório aprovado pelo pleno da comissão.
Para a decisão, o presidente se baseou em dois aspectos. Um dos motivos que Patrício se respalda é uma questão de interpretação. Pelo Regimento Interno, a CPI tem de funcionar por 180 dias corridos, prorrogáveis pela metade, ou seja, por mais 90 dias. Segundo o documento, o prazo foi estendido por apenas 45 dias. “Ou seja, por mais noventa dias, e não até noventa dias”, justifica o suplemento.
O outro aspecto é que a aprovação do relatório foi apenas parcial, condicionada a ressalvas, que até o presente momento não foram apresentados na sua forma definitiva. Em outras palavras, o deputado Patrício (PT) automaticamente ressurge com o relatório de Paulo Tadeu, que já estava no arquivo morto da Casa.
O documento parcial da Polícia Federal, de 93 páginas, pede a quebra de sigilo bancário e fiscal de envolvidos na Operação Caixa de Pandora, citando o nome do ex-governador Roberto Arruda e de mais sete pessoas, entre secretários de governo, deputados distritais e empresários. O relatório do deputado Paulo Tadeu (PT), aprovado em 25 de agosto, relacionava 22 nomes e possui 99 páginas.
Na época, três componentes da CPI se posicionaram contra a inclusão dos nomes do ex-vice governador Paulo Octávio, do ex-secretário de Governo José Humberto Pires, do ex-chefe de gabinete Fábio Simão e do ex-corregedor do DF Roberto Giffoni na lista de pedidos de indiciamento.
A novidade pegou muita gente de suspresa, que levantam questionamentos sobre a real autoridade de Patrício para, sozinho, invalidar um relatório assinado por um pleno de deputados. Patrício desde cedo conversa com o secretário-geral da Casa, Fernando Taveira, e pede para não ser interrompido.
Pelo jeito, teremos muitas discussões no âmbito do Judiciário para decidir qual posicionamento da Câmara passa a valer.
Confira os 22 indiciados pelo relatório de Paulo Tadeu:
- Joaquim Roriz (ex-governador do DF e candidato em 2010)
- José Roberto Arruda (ex-governador)
- Paulo Octávio (ex-vice-governador)
- Leonardo Prudente (ex-distrital)
- Benjamin Roriz (ex-secretário adjunto de relações institucionais)
- Domingos Lamoglia (conselheiro afastado do Tribunal de Contas, ex-chefe de gabinete de Arruda)
- José Geraldo Maciel (ex-chefe da Casa Civil)
- Weligton Moraes (ex-secretário de Comunicação)
- Fábio Simão (ex-chefe de gabinete de Arruda)
- Marcelo Toledo (policial aposentado e empresário)
- Marcelo Carvalho de Oliveira (executivo das empresas Paulo Otávio)
- Luiz Paulo Costa Sampaio (ex-presidente da Agência de Tecnologia da Infomação)
- José Humberto Pires (ex-secretário de Governo)
- Fernando Antunes (ex-secretário adjunto da Saúde)
- Gibrail Gebrim (ex-gestor da Secretaria de Educação)
- Roberto Gifonni (ex-corregedor do GDF)
- Ricardo Penna (ex-secretário de Planejamento)
- Gilberto Lucena (dono da Linknet)
- Maria Cristina Bonner (empresária e dona da TBA)
- Eurides Brito (ex-distrital)
- Júnior Brunelli (ex-distrital)
- Omézio Pontes (ex-assessor de imprensa de Arruda)
Fonte: Redação
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