De olho em 2014, Aécio corteja PSD
Até agora mero espectador do inchaço do PSD e do definhamento do DEM, o senador tucano Aécio Neves (MG), aspirante a candidato do PSDB à Presidência em 2014, colocou o partido que está sendo criado pelo prefeito Gilberto Kassab no centro do radar de alianças. Com isso, ele, que já tem “espólio” do DEM, quer alargar sua rede de segurança política.
Nesta segunda-feira, 2, depois de criticar os ataques de tucanos ao PSD e de defender a tese de que é preciso “conversar e manter vínculos” com os líderes do novo partido, o senador deu passo concreto para se aproximar da cúpula da legenda. Ele jantaria com o ex-presidente do DEM Jorge Bornhausen, linha de frente do prefeito de Kassab nas articulações para criar o PSD. “Todos os que têm pretensão política devem manter as portas abertas. Acho inteligente a posição de Aécio de evitar críticas ao PSD”, disse Bornhausen. “A gente pode amanhã estar junto. Então, por que fazer crítica mais ácida?”
A julgar pelo incentivo de Bornhausen, Aécio começou bem sua movimentação para fincar pé na nova legenda, evitando que seu concorrente no PSDB – o ex-governador José Serra, que também tem pretensões presidenciais em 2014 – tenha canal exclusivo com os dissidentes do DEM.
O que abriu espaço à aproximação em meio ao tiroteio de tucanos contra o PSD foi a declaração de Aécio no 1º de Maio, quando falou de seu “apreço” por Kassab, embora observe que o novo partido “nasce sem identidade”.
O ex-presidente do DEM já saiu da legenda, mas deixará a tarefa de se filiar ao PSD reservada ao filho e deputado federal, Paulo Bornhausen (SC), hoje licenciado da Câmara para comandar a Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável do governo de Santa Catarina. “O futuro é deles. Eu serei torcedor”, afirmou.
Nos bastidores, porém, sua atuação mostra que ele está bem longe da aposentadoria. No último fim de semana, acompanhou o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo – que deixou o DEM rumo ao PSD –, em visita ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) para tratar da nova sigla. As conversas sobre fusão entre as legendas se encerraram, mas o descarte desta hipótese não significa afastamento.
Acordo com PSB
Os governadores acertaram parceria nas eleições de 2012. O grande desafio do PSD é garantir sobrevivência eleitoral sem tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e tevê, calculado de acordo com o desempenho da legenda nas eleições anteriores e tamanho de sua bancada no Congresso.Do Jornal da Tarde
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