quarta-feira, 4 de maio de 2011

O fim da raça do DEM






O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, deixou o DEM para se filiar ao PSD do prefeito de São Paulo Gilberto Kassab. E não vai só: parlamentares das bancadas estadual e federal do partido vão acompanhá-lo. Apesar da divisão interna alimentada pela insegurança de migrar para uma nova legenda a um ano das eleições municipais de 2012, há expectativa de que a regional catarinense do PSD possa ficar maior do que o DEM estadual.





Colombo vinha trabalhando para agregar à nova legenda comandada por Kassab quadros de outros partidos e já contabiliza vitórias. Um deputado federal do PSDB, Jorginho Mello, já avisou ao governador que está de malas prontas para seguir com ele para o PSD e as adesões não param aí. O deputado estadual do PP, Kennedy Nunes, também sinalizou a disposição de aderir à nova sigla que poderá reunir cinco deputados federais.





De passagem por Florianópolis no final de semana, para prestigiar o casamento de um amigo, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), acabou ajudando Colombo a convencer seu grupo a acompanhá-lo.





Abordado pela imprensa antes da cerimônia, Geraldo Alckmin descartou a fusão com o PSDB que o DEM catarinense considerava fundamental para a sobrevivência do partido, com a opção de descartar a mudança para o PSD.





Influência tucana. Quem se aproveitou da declaração foi o prefeito Gilberto Kassab, que havia desembarcado em Florianópolis para participar da reunião do grupo de Colombo realizada domingo à noite, na casa do presidente da Assembleia Legislativa, Gelson Merísio. O prefeito paulista usou as palavras de Alckmin para convencer o grupo de que não havia outro caminho para a sobrevivência de todos fora do PSD.





"Vamos parar de ser subsidiários do PSDB e tocaremos nosso projeto com parcerias que possam nos fortalecer no futuro. O DEM, com o atrelamento único e exclusivo ao PSDB, acabou virando filial dos tucanos", disse o deputado e secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Paulo Bornhausen (DEM-SC), animado com a mudança.





Ao final, os parlamentares presentes ao encontro marcado para analisar o quadro político local e nacional avaliaram que a fala do governador paulista teve peso no contexto. "Foi o que faltava para sacramentar rapidamente a decisão de mudar de partido", avalia um dos participantes da reunião.





Como a saída de Raimundo Colombo era vista pela direção do próprio DEM como uma espécie de golpe final que inviabilizaria a sobrevivência do partido, dirigentes nacionais do DEM ainda tentaram uma operação de última hora para segurar o governador. Sem a alternativa da fusão, no entanto, não tiveram força para demovê-lo da ideia.





Novo rumo. Em nota oficial, o governador catarinense afirmou que "a sociedade nos mostra a necessidade de um novo caminho" e registra as dificuldades de sensibilização da cúpula partidária em relação a uma mudança de rumo no DEM.





O governador argumentou ainda que a falta de uma resposta levou os correligionários do DEM em Santa Catarina a "formar forte convicção da necessidade de se construir um novo partido político no Brasil".





O próximo passo, ainda segundo a nota oficial divulgada por Colombo, será de contato com as bases sobre os motivos da decisão tomada na noite do último domingo.Informações Estadão

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