quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

POLÍTICA


Empenho eleitoral de Lula ajudou Dilma a aprovar mínimo de R$ 545 no Congresso

Da redação em 24/02/2011 07:03:15



A presidente Dilma Rousseff venceu a oposição pela segunda vez em duas semanas ao aprovar no Senado sua proposta para o novo salário mínimo no valor de R$ 545 na noite desta quarta-feira (23). Para especialistas ouvidos pelo R7, os louros entregues à nova presidente deveriam ser divididos com o mesmo homem responsável por sua eleição: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se empenhou pessoalmente na última campanha para eleger a maior bancada governista no Senado e varrer de lá caciques da oposição que dificultaram sua vida enquanto ele era presidente.



Lula já admitiu que viajou mais para eleger Dilma no ano passado do que para se reeleger em 2006. Mas ele não se esforçou só pela sucessora. Nos comícios por todo o Brasil, Lula não descia do palanque até deixar bem claro aos eleitores a “necessidade” de eleger os dois senadores da mesma coligação. Informações do R7.



Deu certo. O PT passou de nove para 14 cadeiras na Casa, enquanto o aliado PMDB passou de 15 para 19 parlamentares. Já a oposição minguou. O PSDB perdeu cinco vagas (16 para 11), enquanto o DEM perdeu seis senadores (14 para oito).



O cientista político da UnB (Universidade de Brasília), David Fleisher, afirmou ao R7 que o esforço de Lula é porque “ele perdeu várias votações no Senado por não ter votos suficientes”. A principal derrota foi a perda de R$ 40 bilhões por ano com a derrubada da CPMF (Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira).



O cientista político conselheiro da ONG Voto Consciente, Humberto Dantas, diz que “não se tem notícia em campanhas políticas de um envolvimento tão forte de um presidente pedindo voto para senador”.



- Lula se envolveu diretamente na campanha de senador. Fernando Henrique Cardoso, em 1998, e o próprio Lula, em 2006, não fizeram campanha tão forte para o Senado.



Ele lembra que Lula não conseguiu só uma bancada maior no Senado para Dilma. Ele tirou do caminho da nova presidente alguns caciques da oposição que não deram sossego ao petista em seus oito anos de mandato. De uma só vez, a oposição no Senado perdeu Tasso Jereissati (PSDB-CE), Arthur Virgílio (PSDB-AM), Marco Maciel (DEM-PE) e Heráclito Fortes (DEM-PI).



- O que o Lula conseguiu foi um enfraquecimento muito forte da oposição, que não perdeu só parlamentares, mas nomes muito fortes.



O diretor acadêmico da Fesp (Fundação Escola de Sociologia e Política), Aldo Fornazieri, diz que a vitória de Dilma no Congresso na votação do salário mínimo pode ser um sinal de que a presidente terá muitas vitórias daqui para frente por “haver um fato novo neste mandato”:



- O PMDB não é mais um agregado do governo. Com [o presidente licenciado do PMDB] Michel Temer como vice de Dilma, o PMDB agora é sócio do governo, sócio do PT. O PMDB pode votar dividido em algumas matérias, mas a tendência é que ele vote mais coeso agora. Mudou o estatuto dele com o governo.

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