domingo, 24 de abril de 2011

Filippelli, o articulador


Da redação em 23/04/2011 15:18:36



Do Jornal de Brasília



Começou uma mudança de tom e estratégia na relação entre o Palácio do Buriti e a Câmara Legislativa. O vice-governador Tadeu Filippelli caminha para ser mais um dos articuladores do Executivo junto aos distritais. Paralelamente, o governo começa a estudar uma redução no tamanho da base governista, buscando um grupo

mais coeso e fiel.



O marco da mudança foi a aprovação do Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU). O governo queria que a votação fosse realizada esta semana, mas entre os deputados tudo indicava que a matéria só seria apreciada depois do feriado. Para virar o jogo, o governo montou uma verdadeira operação de guerra, na última segunda-feira. Segundo fontes do Palácio do Buriti, Agnelo teria pedido diretamente a Filippelli apoio na negociação com os distritais.



Agnelo, Filippelli e o secretário de governo, Paulo Tadeu, iniciaram uma intensa negociação com os parlamentares. Pelos bastidores da Câmara Legislativa, comenta-se que partiu de Paulo Tadeu a ordem para que a equipe técnica da liderança do Governo ajudasse os distritais na análise do projeto, antes da votação. As ligações e o apoio técnico surtiram efeito e o projeto foi votado. “A negociação mudou. Mudou a conversa”, comentou uma fonte ligada

ao Legislativo.



PRIORIDADE



Para o governo, a votação nesta semana era fundamental sob diferentes aspectos. Do ponto de vista estrutural, a aprovação é o primeiro passo na busca de R$ 2,4 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade, do Governo Federal. Sob a perspectiva política, a votação na semana do aniversário de Brasília era uma grande vitória simbólica.



“Tenho a consciência de ser o vice-governador do Agnelo. Claro que eu tenho um cuidado e um respeito muito grande, porque eu acredito e tenho um entusiasmo muito grande pelo trabalho que vem sendo feito. E até para não criar qualquer tipo de duplicidade de trabalho, de articulação junto à Câmara, tenho me colocado simplesmente à disposição. Para, quando fosse necessário, logicamente, prestar esse tipo de apoio em aprovações na Câmara”, disse o vice-governador.



O caso do PDTU não foi o primeiro em que Filippelli entrou no circuito de negociações. O vice-governador também participou da eleição do deputado Patrício (PT) para a presidência da Câmara e, na semana passada, da votação do projeto do Veículo Leve sobre Pneus (VLP). “(As votações) da semana passada e dessa têm uma vertente técnica grande e muito ligada ao nosso trabalho de ajudar o governador Agnelo. Portanto, não foi um gesto meu de ajuda, mas uma obrigação minha de estar disponível e presente para ajudar na aprovação dessas matérias”, detalhou.



REDUÇÃO DA BASE



Paralelamente, estuda-se dentro do Buriti uma redução do número de aliados. Pelos bastidores, circula a ideia de encolher a base, que hoje beira 19 distritais, para 14, 15 ou 16. A proposta é formar uma base compacta e mais fiel que a atual. Mesmo tendo um número elevado de distritais apoiando o governo, o Palácio do Buriti tem passado por vários contratempos nas negociações.



O próprio governador já declarou publicamente que não estava satisfeito com o ritmo lento de votações da Câmara Legislativa. Para ter maioria e conseguir aprovar seus projetos na Câmara, o governo precisa contar com o voto de, no mínimo, 13 dos 24 deputados distritais.

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