Marconi quer ação conjunta para ajudar o Entorno
Da redação em 28/04/2011 10:01:57
A cartilha para a solução dos problemas do Entorno deve ser escrita — e posta em prática — pelo Distrito Federal, Goiás e União. Assim preconiza o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), que comanda o estado pela terceira vez. Com mais de 1 milhão de habitantes e em franca explosão demográfica, o cinturão de cidades goianas que contornam o DF passa por obstáculos sociais crônicos que não admitem improvisos. “Não adianta ficar nesse jogo de gato e rato, um jogando a culpa no outro. Precisamos de um trabalho conjunto”, sugeriu.
Saúde, infraestrutura, segurança e transporte precisarão, mais do que nunca, de transformações profundas, caso a previsão de crescimento do Entorno concebida pelo governador se concretize. “Numa perspectiva conservadora, acho que em cinco anos a população do Entorno vai duplicar. É uma área que está recebendo muitos empreendimentos de habitação”, afirma. Entretanto, segundo dados do último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010, as 22 cidades goianas e mineiras nos arredores do DF tiveram um aumento populacional de 27,2% na última década.
Segurança e saúde são os temas mais controversos quando o assunto é responsabilidade compartilhada. Na última sexta-feira, 70 homens da Força Nacional de Segurança (FNS) voltaram a operar em cinco cidades do Entorno — Águas Lindas, Valparaíso, Luziânia, Novo Gama e Cidade Ocidental —, atendendo ao pedido de Perillo feito ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
A ineficácia das autoridades policiais em conter a escalada da violência fez necessária, pela segunda vez desde 2008, a presença do batalhão especial. Até o dia 24, quase 1,5 mil pessoas foram revistadas e sete acabaram presas em flagrante por algum crime. A imensidão do território suscitou um pedido de incremento de 130 homens ao efetivo, que está em estudo pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).
Segurança pública
O líder do governo goiano acredita que a presença das tropas ganhará tempo para que o estado se prepare para a abertura de concursos para policiais militares. “Precisamos de mais policiais e da equiparação salarial com os policiais do DF. Também precisamos ampliar e melhorar a infraestrutura, mas, para isso, é preciso ter dinheiro, e Goiás não tem para, sozinho, fazer tudo isso”, sustenta. Mais uma vez, ele sugere que a segurança pública seja alvo de discussão entre DF, União e Goiás. “Como o problema é de todo mundo, a solução também tem que ser dada por todo mundo.”
Um dos serviços mais procurados pela população do Entorno é o sistema de saúde do DF. O trânsito de pacientes tem sido alvo de discórdia há anos. Gestores do DF costumam alegar que não há orçamento disponível capaz de preparar a rede para 1 milhão a mais de pessoas. Perillo, no entanto, acredita que falta vontade política para resolver o assunto, que, mais uma vez, deve envolver os dois estados e a União.Informaçõe do Correio Braziliense.
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