sábado, 30 de abril de 2011

PT anistia Delúbio por 60 votos a 15 e duas abstenções


Da redação em 29/04/2011 22:28:11



O Estado de S. Paulo



Pivô do escândalo do mensalão, Delúbio Soares foi reintegrado nesta sexta-feira, 29, ao PT por maioria esmagadora de votos dos integrantes do diretório nacional do partido. Ele obteve 60 votos a favor da anistia, 15 contrários e duas abstenções. Delúbio foi expulso em 2005, quando a direção petista acabou dizimada no maior escândalo do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Na época, Delúbio foi acusado de recolher R$ 55 milhões em "recursos não contabilizados" e distribuí-los para políticos e assessores.



Defenderam o retorno de Delúbio ao PT o ex-presidente do partido Ricardo Berzoini (SP), o ex-deputado Virgílio Guimarães (MG) e Bruno Maranhão, dirigente do Movimento de Libertação dos Trabalhadores Sem-Terra (MLST) e líder do quebra-quebra ocorrido na Câmara dos Deputados, em 2006. Contra a reintegração foram escalados Valter Pomar, Carlos Alberto Árabe e Renato Simões, todos integrantes das tendências mais à esquerda. Berzoini e Maranhão, que votaram a favor da expulsão há cinco anos e meio, disseram que Delúbio "já pagou um preço muito alto".



O retorno de Delúbio ao PT foi um prêmio dado pelos integrantes do diretório nacional do partido à fidelidade do ex-tesoureiro, que jamais abriu a boca para fazer qualquer crítica aos dirigentes que defenderam a sua expulsão. Ele não fez qualquer revelação a respeito das operações bancárias irregulares fechadas em nome da direção do PT com o empresário Marcos Valério, do caixa 2 nas eleições de 2002 e de 2004 e da distribuição de dinheiro para parlamentares que votavam em projetos de interesse do governo.



Desde a expulsão, Delúbio portou-se como se fosse um soldado petista. Não abandonou nem a estrela. Criou uma revista, chamada de "Companheiro Delúbio", na qual fez sua defesa e exibiu-se ao lado do símbolo máximo do PT. Em 2009 tentou voltar ao partido, mas o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva impediu o retorno, com medo de que o ato contaminasse a eleição presidencial de 2010 e atrapalhasse a vitória de Dilma Rousseff.

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