Tucano destila ódio
Sempre que há alternância de poder nos governos estaduais, são anunciados rombos e auditorias para apurar irregularidades cometidas pelos antecessores.
Tal atitude por parte dos governadores que assumem costuma ter dois objetivos: desmoralizar o antecessor quando a radicalização da campanha foi grande demais e justificar atitudes como o corte de despesas e de pessoal.
Em Goias, uma auditoria encomendada pelo governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), afirma que o antecessor teria gasto R$ 1,38 milhão na compra de bebidas alcoólicas de 2006 - quando assumiu o governo
o ex-governador decidiu ficar em silêncio por entender que Marconi Perillo "destila ódio". Afinal, Rodrigues, afilhado de Perillo, foi levado ao governo pelo atual governador. Duas vezes como seu vice; depois, o mandato-tampão de nove meses, de abril a dezembro de 2006 e, finalmente, reeleito, com o apoio de Perillo.
Acontece que na eleição de outubro de 2010 Alcides optou por apoiar Vanderlan Cardoso, do PR, e não Perillo. E, no segundo turno, esteve ao lado de Iris Rezende (PMDB), o candidato da presidente Dilma Rousseff, e não do antigo padrinho.
Ao divulgar a lista de bebidas alcoólicas compradas pelo governo anterior, Perillo teria a intenção de induzir o eleitor a acreditar que Rodrigues é alcoólatra.
Perillo não é santo. Confira aqui
Ao longo do tempo a situação tende a voltar ao normal. Quando o caixa se equilibra, as contratações de cargos de confiança voltam a ser feitas, só que desta vez beneficiando aliados do partido que está no governo.
Todo governante sabe que uma política de austeridade de gastos, avara com os funcionários, é quase a certeza de derrota nas próximas eleições.
As auditorias feitas por sucessores de oposição são tradicionais no Brasil. O ex-governador do Paraná Roberto Requião (PMDB), por exemplo, anunciou em 2003 a abertura de auditorias nas contas do antecessor Álvaro Dias (PSDB). Falou em desmandos no Porto de Paranaguá - mas acabou nomeando o irmão Eduardo para administrá-lo.
Agora, o governador Beto Richa (PSDB) anuncia que fará auditorias na administração do Porto de Paranaguá e nos órgãos do governo, para identificar supostas irregularidades da administração anterior. Beto Richa visa, com a decisão, atingir diretamente a Requião, que se elegeu senador, e Orlando Pessutti (PMDB), o vice que sucedeu o titular e que, a pedido da então candidata presidencial Dilma Rousseff, não se candidatou à reeleição, deixando o lugar livre para Osmar Dias (PDT).
Alvaro Dias, no entanto, foi derrotado por Beto Richa. Agora, quer a presidência de Itaipu Binacional
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