sábado, 12 de fevereiro de 2011

Confusão em escolas com novos diretores


Educação, GDF, TJDFT em 11/02/2011 às 16:48



Cefare, Erasto





Desentendimentos entre Secretaria de Educação e o Cefare (Centro de Educação Física e Desporto de Alto Rendimento Escolar) por conta da exoneração da antiga diretoria da escola. A crise teve início no final de janeiro, quando todos os diretores e vices exonerados no decretão do início do governo foram reconduzidos aos seus cargos, conquistados via eleição no projeto de Gestão Compartilhada do GDF. Diretoria de cinco escolas ficaram de fora dessa recondução - Escola de Música, Cefare, Escola Técnica de Brasília, em Taguatinga, e mais uma escola em Planaltina e outra em Ceilândia. Em comum, as cinco instituições de ensino teriam o caráter “técnico” de sua atuação, no entendimento da Secretaria de Educação.



Para os professores, no entanto, a explicação não convence. Eles reclamam de que a antiga diretora, Maria do Carmo Brandão, e seu vice, Adauto Gouveia, estavam legitimamente nos cargos, uma vez que participaram do curso de gestão da Secretaria, assim como os colegas da rede. Logo, também deveriam ter sido reconduzidos aos cargos. Os professores usam como argumento, inclusive, a decisão do Tribunal de Justiça do DF, confirmada na última segunda-feira (7), que determina a permanência dos diretores eleitos nas escolas até que o GDF faça um novo processo de seleção, o que só deve ocorrer em junho. Para os professores, o governo descumpre uma ordem judicial.



A mudança de comando do Cefare, poucas semanas antes do início das aulas, tumultuou também a formação de turmas e a recondução dos professores da escola para outros locais. Um dos temores é de que a troca de professores e remontagem das turmas prejudiquem os alunos, muitos integrantes de equipes competitivas nacionalmente.



Além disso, avisados a uma semana do início das aulas de que não teriam mais as mesmas funções, muitos estão com vida indefinida até hoje. Não sabem se seguem no colégio ou se serão transferidos para outra escola. Nesses casos, não sabem para onde irão nem quais turmas terão. “Além da confusão na escola e na rede, essa indefinição afeta a vida pessoal dos professores. Muitos matricularam os filhos próximo da escola onde trabalham e agora não sabem mais onde ficarão”, lamentou uma professora que preferiu não se identificar. O Cefare tem cerca de 100 professores que atendem atualmente em torno de 1,8 mil alunos.



Para o secretário-adjunto da Secretaria, professor Erasto Fortes, as cinco escolas, conhecidas como “vinculadas”, não se enquadram no perfil geral da rede pública de ensino e, por isso, não faziam parte do processo de Gestão Compartilhada. “Esses diretores não foram eleitos, logo não estão cobertos pela determinação judicial. O governo já reconduziu todos os demais diretores e vices”, explicou.



O GDF tem até esta sexta-feira (11) para apresentar à Quinta Vara de Fazenda Pública, onde corre o processo, a justificativa para que as diretorias dessas cinco escolas ficassem de fora da determinação do juiz. Professores aguardam ansiosos o resultado.

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