Força Sindical ameaça levar sua militância às ruas "se Dilma estiver jogando duro"
A Força Sindical prometeu reagir à manutenção da proposta de R$ 545 como novo valor para o salário-mínimo, sinalizada pela presidente Dilma Rousseff. As centrais defendem o valor de R$ 580. "Se ela estiver jogando duro, vamos ter que ir para o Congresso, pressionar, fazer manifestações, pôr aposentados no Congresso", disse o presidente da central, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP).
Em Porto Alegre, Dilma afirmou que a oferta do governo para o mínimo está mantida nos R$ 545 e que uma discussão simultânea do reajuste da tabela do Imposto de Renda nas negociações "não é correta". A presidente tornou claro que está, sim, jogando duro. "O que queremos saber é se as centrais querem ou não a manutenção do acordo [feito com o governo Lula] pelo período do nosso governo. Se querem, o que nós propomos para esse ano é R$ 545", disse.
Paulinho diz que o governo dá provas de estar aberto ao diálogo, pois manteve uma reunião para a próxima quarta-feira e não enviou uma medida provisória ao Congresso com esse valor de R$ 545. O presidente da CUT, Artur Henrique, afirmou que a central não aceitará o valor de R$ 545 e que continuará a pressionar o governo. "Vamos manter um processo de mobilização e de pressão", disse Henrique.
Para o sindicalista, o problema do governo não é o reajuste de 2011, mas o do próximo ano. "A política de valorização do mínimo vai fazer com que, em 2012, o reajuste seja de 13% a 14%." Sexta-feira, na nota "Será que Mantega trocou figurinhas com FHC?", a Força Sindical disse que o ministro da Fazenda, Guido Man-tega, revelou "todo o seu desprezo pelos temas sociais" ao desconsiderar reajuste na tabela do Imposto de Renda. Paulinho assinou um documento que ironiza as férias do "insensato ministro" em Trancoso, região de resorts de luxo na Bahia.
"Vale lembrar que o ex-presi-dente Fernando Henrique Cardoso passou as férias recentemente na mesma localidade", diz o texto. "Será que ambos não se encontraram?", completa a nota da Força. Um dia antes, Mantega irritou sindicalistas ao negar que a correção da tabela do IR esteja sob estudo.
SAIBA +
As duas principais centrais sindicais do País, a CUT e a Força, cobram do governo uma revisão nas tabelas do Imposto de Renda e reajuste, para R$ 580, do salário mínimo. O ministro Gilberto Carvalho admitiu rever a tabela do Imposto de Renda, mas avisou que o mínimo ficará nos R$ 545 já concedidos. Guido Mantega, da Fazenda, negou as duas reivindicações.
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