Lula lembra reajuste em 2004
O ex-presidente Lula disse ter sentido na pele a dificuldade que a presidente Dilma Rousseff está tendo para definir o valor do salário mínimo, devido ao ajuste para combater os efeitos da crise que afetou o país em 2003. Quem falou sobre esse sentimento de Lula foi o economista da FGV, Marcelo Neri.
Lula e Dilma tiveram um encontro fechado, que incluiu o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, em um hotel em Copacabana, no Rio.
Segundo Neri, Lula disse ter sido uma sensação difícil não fazer o reajuste. "Lula falou que foi difícil, em 2004, porque em 2003 ele fez o ajuste e no ano seguinte não conseguiu dar o reajuste do mínimo que ele queria", contou.
Mas, na opinião de Neri, 2004 foi o melhor ano do governo Lula: "Podemos pensar que talvez o salário mínimo não seja essa coisa toda para a redução da desigualdade social. A população acha que a grande política de combate à pobreza é o aumento do mínimo, e não é."
Segundo Neri, Lula teria dito ainda que o ajuste fiscal efetivo realizado em 2003 foi tão forte quanto aquele anunciado pelo governo Dilma, devido à crise que afetou o país.
Tanto Neri como Nunes disseram que Lula mencionou mais uma vez o desejo de criar um memorial sobre os avanços obtidos em sua gestão. "Seja instituto, seja um memorial. O importante é que Lula tem o desejo de criar um fórum de discussão sobre o Brasil. Por isso, acredito que ele voltará muitas vezes ao Rio de Janeiro, que é um centro de pensamento que precisa ser incorporado", disse o presidente do IBGE.
No encontro com Lula, ele prestou homenagem ao apoio recebido durante sua gestão, que possibilitou na realização do Censo, cujo custo foi de R$ 1,3 bilhões, para recensear 67 milhões de domicílios e 190 milhões de habitantes. A tecnologia utilizada rendeu ao IBGE um prêmio concedido pela Unesco. Foi a apresentação desses dados que ele mostrou a Lula.
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